Caro leitor, diferentemente do nosso padrão na coluna, desta vez quero lhe propor uma reflexão que produza ação diante da situação que experimentamos no momento. Queria que nestas breves linhas você refletisse comigo de modo que pudesse encontrar uma verdade arrebatadora de vida nesta situação que cheira à morte.
É curioso perceber que uma pandemia pode ser uma oportunidade, especialmente de liberdade. Sim, não errei a palavra e nem a ideia sob ela: mesmo sob um estado de isolamento e quarentena, é possível penetrarmos uma verdadeira liberdade. Mas antes, gostaria que refletíssemos brevemente sobre nossa história neste planeta e a pior doença que nossa espécie tem experimentado: o conforto.
Nós, enquanto espécie, devemos a nossa sobrevivência à nossa capacidade de resolver problemas que a natureza nos impõe sem nos perguntar se estamos preparados. E, neste momento, é impossível não lembramos da última grande pandemia que vivemos, e não falo da H1N1, mas sim da famosa gripe espanhola.
Cinquenta milhões de mortos (ou talvez mais) numa época que a população global era muito menor que a nossa inevitavelmente nos faz pensar em extinção... há cerca de cem anos nossa espécie experimentou esse terror, em uma época onde a medicina, a tecnologia, a comunicação e a ciência engatinhavam em comparação aos nossos tempos e, curiosamente, permanecemos aqui, dominando e crescendo em número no globo terrestre.
O que a história da gripe espanhola e a história da nossa espécie nos ensina então? Basicamente, que somos um grupo neste planeta que já olhou a extinção nos olhos e viveu para narrar o processo. Sendo assim, preciso perguntar: que outra espécie na natureza seria capaz disso? Te ajudo: nenhuma!
Mas por que estamos assim diante do que estamos vivendo? Qual a razão de tamanha insegurança, desespero e pavor? Caro leitor, é por causa do conforto, o qual acreditamos ser um direito nato, mas que a pandemia nos lembra que é uma conquista! O que você, isoladamente, pode fazer contra a natureza? Contra um vírus letal ou não? Se você, ao ler, respondeu "me prevenir", está certo (e indo para o ponto de minha defesa que nossa liberdade permanece)! E quem se previne, caro leitor? Quem se previne é o indivíduo, e este em situações de desespero massificado é calado por um suposto bem comum que não aponta nossa responsabilidade pessoal no processo da pandemia.
O melhor que você pode fazer numa situação como a presente é perceber, nesta presente situação de desestrutura social, que não tem o governo do mundo e da realidade. Entretanto, sob o risco de contaminação ou não, se vê que a possibilidade de individualmente escolhermos permanece, o que torna a liberdade humana inegável.
O único espaço em que você tem poder são suas escolhas! Caro leitor, o que tem escolhido neste momento? Suas escolhas levam em consideração o resultado dos eventos atuais na sua vida pessoal? Desculpe decepcionar alguns, mas a única coisa que pode mudar pós-pandemia é o indivíduo que a partir dela se descobriu responsável por si mesmo.
Eu preciso entender o que o Covid-19, pode de fato trazer para minha vida como resultado, seja sob minha saúde física, seja sob minhas economias e, por isso, inevitavelmente terei que voltar à prancheta dos projetos pessoais e reformulá-los diante da aceitação da realidade como ela é. Precisamos entender a liberdade existencial para além da quarentena: sempre serei agente das consequências das minha escolhas, e essa consciência, por ser uma realidade inegável, pode me fazer ver que ainda tenho o poder de decidir meu destino, apesar de toda adversidade que hoje se apresenta.
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O testemunho da história me diz que venceremos enquanto espécie, o espelho me diz que vencerei enquanto indivíduo, mas tudo o que você vive, caro leitor, individualmente, pode te dizer que você vencerá? Se não soube responder isto, sinto te informar que não será o coronavírus que vai arruinar sua vida, mas a sua sintomática falta de responsabilidade por ela... Você não está preso pela quarentena, mas infelizmente pelo conforto de não assumir seu próprio caminho.
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