
Facão e tampa de bueiro estão entre as armas utilizadas em crimes de homicídio e tentativas de homicídio que vão ser julgados em Vitória neste primeiro semestre. A lista contempla ainda situações envolvendo o tráfico de drogas e seus conflitos. Um deles será o primeiro a ser avaliado pelos jurados na nova sede do Tribunal do Júri da Capital, localizada em frente à Ufes.
Dos 23 processos listados na pauta de julgamento, onze foram destacados pela coluna (veja abaixo). Dois chamam a atenção pelas armas que foram utilizadas contra as vítimas.
Um deles ocorreu em Jardim da Penha, em novembro de 2023. Após desavenças, um morador em situação de rua atingiu outro com golpes de facão na região do tronco e mão. A vítima não resistiu aos ferimentos.
Outro caso semelhante ocorreu no Bairro República, mas há 17 anos. Um casal de moradores em situação de rua foi agredido durante a madrugada, enquanto dormiam.
O próprio agressor, no processo, relata que as vítimas foram chutadas para que acordassem e na sequência tiveram suas cabeças atingidas por uma tampa de bueiro. O réu alegou que as ações foram motivadas por supostas dívidas de drogas.
Crime da ilha
Há quatro anos, uma conversa mal-entendida culminou no fim da vida de quatro jovens trabalhadores no crime que ficou conhecido como a Chacina da Ilha. Outros dois foram feridos. Os assassinatos aconteceram em 2020, na Ilha Doutor Américo de Oliveira, região de Santo Antônio, e vão à julgamento em abril.
Em outubro do ano passado, por ausência de algumas testemunhas, o julgamento foi adiado, pela quinta vez, para abril deste ano.
Neste primeiro semestre também voltarão ao banco dos réus lideranças de grupos criminosos. Um deles vai participar de dois julgamentos por videoconferência, considerando que está detido em presídio federal em Rondônia.
Haverá ainda a continuação dos julgamentos dos vários crimes que ficaram conhecidos como “as noites sangrentas da Piedade”, ocorridos entre 2018 e 2020. Dez pessoas morreram e outra cinco ficaram feridas. Oito pessoas já foram condenadas, mas há réus que ainda vão enfrentar o júri.
Confira a lista de alguns julgamentos de Vitória:
- 11 de fevereiro - O primeiro julgamento agendado para este ano é um caso de 2022 e envolve as disputas do tráfico de drogas. Foram duas tentativas de assassinato no bairro Resistência, contra vítimas que moravam em São Pedro
- 13 de fevereiro - Uma pessoa será julgada por tentar matar dois moradores em situação de rua, que foram chutadas e agredidas na cabeça com uma tampa de bueiro enquanto dormiam nas ruas do bairro Nova República
- 18 de fevereiro - Senta no banco dos réus Luan Gomes de Faria, o Kamu, liderança de grupo criminoso que foi preso no final de 2023. O irmão dele, Bruno Gomes Faria, o Nono, já foi julgado por participação no mesmo crime. São conhecidos como Irmãos Vera, em referência à mãe.
- 20 de fevereiro - Outro crime que envolve irmãos: um policial militar aposentado irá a julgamento pela morte do irmão. Os fatos aconteceram em um bar, em Itararé
- 25 de fevereiro - Enquanto dormia, mulher teve o corpo incendiado pelo companheiro, que sentará no banco dos réus
- 26 de março - Terá o julgamento de uma liderança criminosa que está no presídio federal de Rondônia. Trata-se de Geovani Andrade Bento, o Vaninho, por um dos crimes ocorridos na Piedade, em 2018
- 31 de março - Réu será julgado pela tentativa de assassinato contra seis integrantes da Polícia Civil
- 2 de abril - Geovani Andrade Bento, o Vaninho, volta a ser julgado em mais um dos crimes ocorridos na Piedade, em 2018
- 4 de abril - Julgamento de acusado de matar morador em situação de rua com golpes de facão, em Jardim da Penha
- 14 de abril - Quatro pessoas vão ser julgadas por participação no “Crime da ilha”, ocorrido em 2022, na Ilha Doutor Américo, em Santo Antônio, contra seis jovens trabalhadores, dos quais quatro morreram.
- 28 de maio - Volta a sentar no banco dos réus a mãe acusada de matar o bebê que acabara de nascer. Já houve um julgamento, que foi anulado.
As datas foram agendadas pelo Juízo da Primeira Vara Criminal de Vitória, responsável pelo Tribunal do Júri da Capital, mas podem ser alteradas de acordo com a tramitação dos processos.
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