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Casal que matou sogros de prefeito de Cachoeiro é réu em ação penal

A Justiça aceitou a denúncia apresentada pelo Ministério Público; Cacilda e Luiz foram mortos a golpes de faca no hotel onde residiam no bairro Baiminas

Vitória
Publicado em 05/11/2024 às 03h30
duplo homicídio cachoeiro
Crédito: Arte - Camilly Napoleão com Adobe Firefly

Vinte e nove dias após o assassinato dos sogros de Victor Coelho, prefeito de Cachoeiro de Itapemirim, Sul do Estado, a denúncia contra o casal apontado como autor do duplo homicídio foi aceita pela Justiça estadual. Adriana de Souza Santos, de 36 anos, e Valmir Santana Ribeiro, de 38, são réus em ação penal. Eles também foram acusados pela morte dos dois cães da família. Todos perderam a vida a golpes de faca.

A decisão foi assinada pelo juiz Bernardo Fajardo Lima, da 4ª Vara Criminal de Cachoeiro, que aceitou os argumentos do Ministério Público do Espírito Santo (MPES).

O duplo homicídio aconteceu no dia 8 de outubro. Cacilda Vetoraci Duarte, de 77 anos, e Luiz Geraldo Duarte, de 80 anos, foram encontrados mortos no Hotel Duarte, localizado no bairro Baiminas, onde moravam e que por eles era gerenciado. 

Eles eram pais de Keila Vetorazzi, esposa do atual prefeito de Cachoeiro de Itapemirim, Victor Coelho.

Como não há informações de que os denunciados tenham advogados que os representem, não há defensor público atuando na cidade, o juiz decidiu que será nomeado uma pessoa para realizar a defesa.

Os assassinatos

De acordo com a denúncia do MPES, o casal alugou um quarto no Hotel Duarte. E durante a estadia furtaram um televisor que estava no espaço e planejaram matar o casal, que conhecia Adriana.

Após o planejamento, a mulher foi a primeira a agir. Foi para a sala do hotel e chamou pela vítima Cacilda. Quando ela entrou no espaço, foi agredida por Valmir, caiu e gritou por socorro. Foi calada com golpes de faca que a levaram à morte.

Luiz havia se ausentado do hotel por alguns instantes, e ao retornar viu a esposa no chão e passou a gritar por socorro. Valmir usou a faca para matá-lo.

Na sequência, relata a denúncia, os dois foram até à parte superior do imóvel e esfaquearam os dois cães, que também perderam a vida.

Após as mortes, Valmir e Adriana reviraram o hotel, levando dezenas de produtos, dinheiro, roupas e eletrodomésticos, entre outros objetos. Tudo foi colocado no carro das vítimas que Valmir utilizou para fugir. Acabou sendo preso no Bairro Independência.

Já Adriana foi para o bairro Bela Vista comprar mais drogas. Foi presa nas proximidades do Hospital Paulo Pereira Gomes, no Bairro Baiminas.

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Adriana de Souza Santos, de 36 anos, e Valmir Santana Ribeiro, de 38, são réus em ação penal. Crédito: Arte - Camilly Napoleão com Microsoft Designer

Relatos

À polícia Valmir disse que foi convidado por Adriana para ir embora para Campos (RJ), mas antes decidiram ir ao hotel tomar banho, onde fizeram uso de drogas e bebidas. Confessou o crime e disse que o praticou com a ajuda da companheira.

Já Adriana relatou que saiu para comprar um lanche e ao retornar, encontrou Valmir com uma faca nas mãos e que por volta das 11h ele saiu do quarto e matou o casal, e logo depois os cachorros, porque estavam latindo. Relatou ainda que os dois reviraram a residência em busca de dinheiro e outros produtos. E que se separaram ao sair do hotel.

A conclusão do inquérito aponta para a prática de latrocínio (roubo seguido de morte), duas vezes. “Com o intuito de subtrair bens das vítimas, os autores utilizaram de violência extrema, resultando na morte de ambos os ofendidos”, é dito no relatório policial.

E acrescenta que durante a execução do crime, os autores mataram os cães. “Demonstrando crueldade e insensibilidade, configurando o crime de maus tratos contra animais”, conclui o inquérito policial.

Outro crimes

Cinco meses antes do duplo homicídio, Valmir havia sido detido após furtar objetos de uma empresa.

Na audiência de custódia, realizada no dia seguinte à prisão, o juiz do plantão de flagrantes do Poder Judiciário da 4ª região informou que “o fato se deu sem violência ou grave ameaça a pessoa”, acrescentando que os objetos levados haviam sido recuperados.

Foram estabelecidas medidas diversas da prisão, como proibição de mudar-se de endereço sem prévia autorização judicial, comparecimento a todos os atos do processo, e proibição de se ausentar da cidade por mais de um mês sem comunicação.

Em outro ponto do texto é dito que foi constatado que ele possuía outras condenações criminais, como furto, furto qualificado, homicídio e roubo majorado.

Em janeiro deste ano ele havia recebido o livramento condicional e foi durante esta fase que ele cometeu o crime que o levou a audiência.

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