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Celular de líder do PCC ajudou a identificar grupo criminoso '14 do ES'

Investigação feita a partir dos dados permitiu a prisão de 5 nesta quarta-feira (25), sendo 3 líderes da facção, além da realização de busca e apreensão

Vitória
Publicado em 26/09/2024 às 03h30
PCC
Crédito: Arte - Angelo Izidoro com com Adobe Firefly

Foi a partir dos dados encontrados em celular apreendido com uma liderança do PCC no Espírito Santo, que integrantes do grupo autointitulado os "14 do ES” foram identificados, localizados e presos nesta quarta-feira (25). Dele fazia parte Fernandes Soares de Andrade, o Chapolin, que foi detido em uma megaperação realizada em 13 estados, em maio do ano passado.

Chapolin é réu em ação penal após denúncia do Ministério Público do Espírito Santo (MPES). Ele era um dos integrantes do grupo, que é considerado um dos principais núcleos que fomentam a expansão da organização criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC) no Espírito Santo.

Membros da chamada “Geral do Estado”, os “14 do ES” representam o braço armado da facção criminosa, que reúne o maior número de faccionados. Eles têm papel de comando e direcionamento do setor disciplinar do PCC. São responsáveis por ações variadas que visam a expansão da facção, tais como:

  • Estimulam e apoiam ataques a grupos rivais para a ampliação do seus territórios
  • Promoção do batismo de novos membros, inclusive adolescentes
  • Solução de disputas por lucro
  • Remanejamento de armas de fogo e veículos da facção criminosa, inclusive com a destinação para pontos de expansão
  • Fornecimento de armas   para reforçar os ataques a grupos rivais 
  • Gestão dos “decretos”, decisões sobre o destino dos que “rasgam a camisa” — deixam a facção

A atuação do grupo criminoso é em toda a Região Metropolitana da Grande Vitória, além de pontos do interior do Estado. Locais onde planejam e executam crimes, mas também contam com apoio de integrantes de outros estados.

Uma curiosidade, segundo as investigações, é que há uma certa rotatividade de seus membros, especialmente os não vinculados ao Estado. Eles trocam de região em um tipo de manobra para ficar fora do radar dos órgãos de segurança, já que em outros estados têm mais chances de não serem identificados.

O nome os "14 do ES" se refere à formação dos grupos no estado paulista, onde a facção nasceu. No Espírito Santo eles possuem um número menor de integrantes — são 8 —, e chegaram a mudar a formação após a prisão de Chapolin. E no dia seguinte à sua detenção, criaram um novo grupo, com nome diferente. Ainda assim, a investigação conseguiu identificar os novos membros.

Assim como outros grupos criminosos, eles utilizavam o aplicativo de mensagens para articularem suas ações criminosas, incluindo homicídios.

As prisões

À coluna o relato foi de que as duas pessoas detidas em São Paulo e Minas Gerais são lideranças do grupo e atuavam também em terras capixabas. Um deles, localizado na cidade mineira de Alfenas, faz parte da nova configuração dos “14 do ES”, tendo aderido após a prisão de Chapolin. Também foi detida uma liderança que atuava no Estado.

Nesta quarta-feira (25) foram cumpridos 4 mandados de prisão temporária, nos municípios de Alfenas/MG, São Vicente/SP e na Serra/ES, além de outro de pessoa que já se encontrava presa no Centro de Detenção Provisória (CDP) de Guarapari.

Também ocorreu, segundo informações do MPES, uma prisão em flagrante de pessoa ainda não investigada, que foi encontrada com arma de fogo e drogas, em um dos endereços onde foi cumprido mandado de busca e apreensão, no bairro Andorinhas, em Vitória.

Os dois alvos da Operação na Capital de São Paulo não foram localizados, além de outro indivíduo proveniente do Espírito Santo, que já tinha contra si outro mandado de prisão em aberto.

Foram cumpridos, ainda, 14 mandados de busca e apreensão, nos municípios de Vitória, Vila Velha, Serra, e Colatina, no Espírito Santo, São Vicente e São Paulo, no Estado de São Paulo, e Alfenas, Minas Gerais.

A operação

A Operação 14-BIS foi realizada por autorização da 2ª Vara Criminal da Serra, que expediu mandados judiciais contra integrantes do PCC envolvidos em possíveis delitos de organização criminosa (Lei nº 12.850/2013), crimes previstos no Estatuto do Desarmamento, tráfico de drogas e associação para o tráfico de drogas. 

Os trabalhos foram realizados pelo MPES, por meio do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (GAECO-Central), com o apoio da Polícia Militar e dos GAECOS de São Paulo (Núcleos Santos e Capital), apoiados pelo DOPE da Polícia Civil de São Paulo e do GAECO/MG (Núcleo Passos), que contou, inclusive, com apoio aéreo.

No final da tarde a 2ª Vara Criminal da Serra realizou a audiência de custódia, mantendo a prisão temporária dos detidos.

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