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Chacina da ilha: quinta tentativa de julgar acusados por crime no ES

Quatro pessoas sentam no banco dos réus na segunda-feira (14) pelos crime cometido contra um grupo de jovens na Ilha do Doutor Américo, em Vitória

Vitória
Publicado em 10/04/2025 às 03h30
Chacina da Ilha
Crédito: Arte - Amarildo / Rede Gazeta

Está marcado para a próxima segunda-feira (14), a partir das 8 horas, o julgamento dos denunciados pelo crime que ficou conhecido como a Chacina da Ilha. Há quase cinco anos, seis jovens aproveitavam o dia de praia em uma ilha de Vitória quando foram confundidos com integrantes de uma facção criminosa. Foram subjugados e alvo de disparos de arma de fogo. Quatro morreram no local e outros dois sobreviveram feridos.

Esta será a quinta tentativa de realizar o júri, adiado por motivos variados ao longo dos últimos anos. Vão sentar no banco dos réus quatro pessoas:

  • Felipe Domingos Lopes
  • Werik Sant'Ana dos Santos da Silva
  • Adriano Emanoel de Oliveira Tavares
  • Victor Bertholini Fernandes

Outras duas pessoas foram acusadas de participação no crime, mas à época eram menores. A eles foi aplicada uma medida socioeducativa de internação, segundo decisão da 2ª Vara da Infância e da Juventude de Vitória. 

Os advogados de pelo menos dois acusados apontam que vão conseguir reverter o cenário a favor de seus clientes. É o que afirma Paloma Gasiglia, que faz a defesa de Victor. Ela informou que acredita na inocência de seu cliente. “Ele está ansioso para que o júri aconteça. Acreditamos na justiça e que ele será absolvido”, disse.

Ailton Ribeiro Silva faz a defesa de Adriano. Por nota informou que o fato de ter sido denunciado pelo crime não torna seu cliente responsável pelos atos. "Faz parte do devido processo legal. No plenário provaremos a inocência do Adriano, considerando que ele tentou evitar os crimes e isso está devidamente provado pelos depoimentos na delegacia e em juízo”, diz.

Acrescenta que Adriano foi encaminhado a julgamento porque na decisão judicial (pronúncia) são verificados indícios de autoria do crime. “E o juiz encaminha para que os jurados decidam”, explica.

Os advogados dos outros dois denunciados não foram localizados, mas o espaço segue aberto para suas manifestações.

O crime

A história dos seis jovens mudou no dia 28 de setembro de 2020. Eles estavam na Ilha Doutor Américo Oliveira, localizada na Baía de Vitória, próximo ao bairro Santo Antônio. Na outra margem, fica o bairro Porto de Santana, já em Cariacica. O local era um ponto usado por moradores das duas localidades para diversão e passatempo, mas se tornou palco de uma tragédia. 

Dos seis, quatro morreram no local:

  • Pablo Ricardo Lima Silva, 21 anos
  • Wesley Rodrigues de Souza, 23 anos
  • Yuri Carlos de Souza Silva, 23 anos
  • Victor da Silva Alves, 19 anos

Outros dois, mesmo feridos, conseguiram escapar após os tiros e fuga dos assassinos. Um deles precisou se fingir de morto. Seus nomes não vão ser divulgados por serem vítimas de um crime.

Em decorrência das constantes disputas do tráfico de drogas, os jovens foram confundidos com integrantes da facção Primeiro Comando de Vitória (PCV), com sede no Bairro da Penha, na Capital.

O grupo rival, que à época atuava no Morro do Quiabo, em Cariacica, facção conhecida como Associação Família Capixaba (AFC), foi quem promoveu os disparos.

As investigações da Polícia Civil apontaram que o crime foi cometido de forma cruel, com as vítimas subjugadas por mais de meia hora, sob a mira de armas de fogo, com ameaças de morte. Os jovens foram interrogados, filmados, e fotografados. Seus celulares foram roubados e vasculhados, antes de eles serem alvejados. O crime foi divulgado pelas redes sociais.

Em sua denúncia, o Ministério Público do Espírito Santo (MPES) destacou que "o delito foi cometido por meio cruel, na medida em que a vítimas permaneceram subjugadas pelos seus algozes por mais de 30 minutos, sofrendo, a todo tempo, ameaças e pressão psicológica, impingindo-se àquelas demasiado e desnecessário sofrimento".

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