Do total de drogas apreendidas no aeroporto e portos do Espírito Santo, nos últimos cinco anos, 98% foi cocaína. No montante estão incluídos 2,8 quilos daquela que é considerada rara, a cocaína negra, que estava escondida na mala de uma passageira. Outro exemplo veio dos porões de um navio onde foi encontrado o maior volume em uma única operação. Nos dois casos as drogas seguiam para o tráfico internacional e seriam comercializadas na Índia e Alemanha.
A venda desta cocaína para outros países, caso não tivesse sido apreendida, alcançaria cifras altas, entre R$ 40 milhões e R$ 720 milhões. O valor oscila de acordo com o preço do quilo, que vai de R$ 10 mil a R$ 180 mil, dependendo do grau de pureza.
Nos portos do Estado toda a droga localizada pela Polícia Federal foi cocaína, em volume que vem aumentando ao longo dos anos. É o que revelam informações obtidas pela Lei de Acesso à Informação, pela equipe do Fiquem Sabendo, agência de dados especializada no acesso a informações públicas.
A última operação ocorreu em novembro de 2023, quando foi encontrado nos porões de um navio mais de 1,5 tonelada de cocaína, considerada a maior apreensão já feita no Estado. A embarcação é de bandeira italiana, mas veio de Hamburgo, na Alemanha. O material estava dividida em fardos que seriam arremessados ao mar.
O navio estava sendo monitorado pela Polícia Federal, em cooperação policial com outros países, que culminou em apreensões anteriores nos portos de Santos, Tenerife (Espanha) e Hamburgo. Uma denúncia alertou os policiais de que a embarcação estaria sendo usada para transportar drogas e entorpecentes do Brasil para a Europa.
Outro caso de tráfico internacional foi registrado em 2022, quando 40 quilos de cocaína foram encontrados dentro de uma bolsa amarrada ao casco de um navio atracado em Portocel, em Aracruz, no litoral do Espírito Santo. O navio Raven Arrow levaria uma carga de celulose para a Holanda e sairia de Vitória com destino imediato ao exterior, sem parar em outro porto do Brasil.
Há anos os portos capixabas vem sendo utilizado pelo tráfico internacional para o transporte de entorpecentes, encontrados até no interior de blocos de granito que seguiam para a Itália. E esta busca de esconderijos que burlem a segurança levou um capixaba a ser condenado a dez anos de prisão por tráfico internacional de drogas em janeiro deste ano. Ele é mergulhador e era especialista em afixar bolsas de drogas nos cascos de navio. Foi preso em São Paulo na Operação Diver.
Droga rara
Já no Aeroporto de Vitória houve variedade entre os entorpecentes apreendidos. Foram localizados quilos de cocaína — em volume maior —, além de haxixe e maconha.
Foi em meio aos passageiros que transitavam pelo aeroporto que foi encontrada uma droga considerada rara, a cocaína negra. Os 2,7 quilos estavam escondidos em uma mala, entre o forro e a armação metálica. O entorpecente foi descoberto por um cão farejador da Receita Federal.
A mala pertencia a uma estrangeira, cujo nome e nacionalidade não foram divulgados. O que se sabe é que ela iria embarcar em um voo para São Paulo. O destino seria a Índia, na Ásia.
Também em uma de um passageiro vindo do Paraná estavam cerca de 34 quilos de haxixe, em 2019. Amarrado as pernas de outros dois passageiros, de 28 e 34 anos, foram localizados 6,8 quilos de cocaína. A apreensão, realizada no ano passado, ocorreu quando os homens foram abordados ao desembarcarem de um voo procedente de Cuiabá (MT).
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