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De vendedor de drogas em faculdades a traficante mais procurado do ES

A trajetória criminosa inclui ainda a posse dos 550 quilos de cocaína pura apreendidos pela Polícia Civil em uma casa em Ponta da Fruta, Vila Velha

Vitória
Publicado em 21/10/2024 às 03h30
Bryan Lyrio Deolindo
Crédito: Arte: A Gazeta

Aos 24 anos ele foi preso como integrante de uma quadrilha que se matriculava em faculdades para vender drogas aos estudantes. Quase nove anos depois, é a pessoa com o maior número de mandados de prisão no Espírito Santo. Já são 11. Figura ainda na lista dos criminosos mais procurados e é, segundo a Polícia Civil, o dono dos 550 quilos de cocaína pura apreendidos em uma casa em Vila Velha.

O perfil é de Bryan Lyrio Deolindo, 33 anos, integrante da facção carioca Comando Vermelho (CV), com atuação em municípios da Grande Vitória, do Noroeste e Norte do Estado.

Ele escapou da Penitenciária Estadual de Vila Velha I (PEVVI) em 2021, em uma fuga que envolveu mais 20 presos. E não foi mais recapturado. As informações da Polícia Civil são de que ele está escondido em Nova Holanda, no Complexo da Maré, no Rio.

“Ele mantém uma casa com muito conforto, de três andares, com hidromassagem e luxo”, relata o delegado Fabrício Dutra, superintendente de Polícia Regional Norte (SPRN), que esteve no local em operação com a polícia carioca.

No mesmo estado também se refugiaram outros 7 criminosos que estão na lista dos mais procurados do Espírito Santo.

Crescimento

Foi no Rio que Bryan cresceu na hierarquia da facção criminosa. Passou a ser um fornecedor de drogas para o Espírito Santo, com destaque para alguns municípios, como Aracruz, onde mantém o tráfico em alguns locais, relata o delegado Fabrício Dutra.

“Nosso objetivo é a descapitalização dele. Várias bocas que a ele pertenciam foram fechadas em Aracruz, os que trabalham para ele comercializando as drogas estão sendo detidos, o que reduz o retorno financeiro que ele tinha”, explica.

No último dia 17  foram apreendidos 550 quilos de cocaína pura. O material estava em um bunker construído em uma casa em Ponta da Fruta, Vila Velha. Um esconderijo que seria acima de qualquer suspeita, em um bairro residencial. Dutra estima o prejuízo para o tráfico na faixa dos 30 mil a 40 mil euros, o que equivale a cerca de R$ 180 milhões.

“É um material que estava embalado com camada tripla de proteção, em balões de borracha. Pela experiência profissional, com certeza estava sendo preparada para embarque marítimo”, pontuou Dutra.

O material foi localizado após uma investigação iniciada em junho, com a prisão de Henrique Silva Lima, vulgo Neguinho Mascote, e a apreensão na BR 101 de 100 quilos de maconha. Ele seria responsável pela logística para trazer as drogas para o Estado, enviadas por Bryan.

A polícia também prendeu Átila Gonçalves Nunes, vulgo Taru, que seria o responsável por cometer os assassinatos a mando de Bryan. Entre os crimes está a morte e ocultação de corpos de indígenas em Aracruz. Ele, inclusive, também se escondia no Rio de Janeiro.

Tropa do Urso

Bryan também tem um braço de atuação em Colatina,  em parceria com a Tropa do Urso, grupo criminoso responsável por ações violentas em bairros da cidade. Em um dos casos, a ordem para matar um rival do tráfico veio por uma chamada de vídeo.

Dos onze pedidos de detenção contra ele, nove envolvem situações de assassinatos e outros dois por tráfico de drogas e posse ilegal de armas.

“Ele e os demais que estão foragidos vão ser presos, não há dúvidas. Não há lugar seguro para os que estão trazendo drogas para o Estado. Uma hora vamos alcançá-los”, afirma Dutra.

Tráfico nas faculdades

O delegado destaca que Bryan é um criminoso inteligente e focado. “A quadrilha que liderava foi presa pelo Núcleo de Repressão às Organizações Criminosas (Nuroc), na Operação Portelinha 2, em 2016. Eles se matriculavam nas faculdades para vender droga para estudantes”, conta.

Na época, a polícia identificou que a quadrilha vendia cocaína e drogas sintéticas dentro da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes), e em faculdades particulares do Estado.  Uma comercialização  que rendia aos cabeças da organização uma vida de luxo.

Bryan passou a comandar o grupo após um dos líderes ser preso e aparecia nas redes sociais sempre ostentando lanchas, casas com piscina, moto, e vários carros como BMW, entre outros bens como jóias, relógios, que foram identificados pela polícia.

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