A morte de um jovem de 20 anos no Sambão do Povo é a terceira denúncia de assassinato feita contra Pé de Monstro, como é conhecido Wesley Gomes da Silva. Em um dos processos já houve sentença o encaminhando a julgamento. Contra ele pesam ainda os crimes de posse ilegal de arma de fogo de uso restrito, tráfico e associação para o tráfico, além de roubo.
Wesley foi apontado como o autor do disparo que atingiu a cabeça de Pedro Henrique Crizanto em fevereiro de 2023, durante os ensaios técnicos das escolas de samba.
As informações estão na decisão da Primeira Vara Criminal de Vitória, assinada pelo juiz Carlos Henrique Rios do Amaral Filho, que na tarde desta segunda-feira (29) aceitou a denúncia do Ministério Público do Espírito Santo (MPES), tornado Pé de Monstro réu em outra ação penal.
“Restando configurada a materialidade do crime, bem como há indícios satisfatórios de autoria, já que a denúncia ofertada aponta Wesley como um dos autores do crime de homicídio consumado contra a vítima”, assinala o juiz que decretou ainda a prisão preventiva de Wesley, que já estava preso por outros crimes
À Justiça o MPES informou que, durante a confusão que ocorreu no Sambão do Povo, no dia do crime, Wesley sacou uma arma de fogo e efetuou um disparo à queima-roupa na cabeça de Pedro Henrique, que morreu no local.
“O denunciado, de forma premeditada, desferiu um tiro na cabeça da vítima, pelas costas, dificultando qualquer reação de defesa, o que caracteriza a covardia e a gravidade do ato praticado”, diz o texto.
Pedro era filho da vereadora de Vila Velha Patrícia Crizanto. Ele estava com os amigos no sambão, e foi para defendê-los, segundo a polícia, que se envolveu na briga. As investigações iniciais indicavam que um menor havia sido o autor do disparo.
Em abril a coluna revelou que, com base em novas provas reunidas pela família e pelo advogado Renan Sales, o Ministério Público do Espírito Santo decidiu solicitar uma nova perícia. O resultado dos trabalhos mostrou que o menor, já apreendido, contou com a ajuda de um homem, que a investigação descobriu ser Wesley.
Luta da mãe
Após meses tentando provar que o assassino do seu filho não era quem tinha confessado o crime, Patrícia Crizanto avalia a decisão com uma vitória. “Foram meses de muita luta e é uma conquista saber que a pessoa que tirou a vida do meu filho será punida”, desabafa.
Mas ressalta que é uma vitória com um sabor amargo. “Sei que não terei meu filho de volta, mas a Justiça está sendo feita”, observa a mãe, acrescentando que aguarda agora o julgamento.
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