A Justiça estadual realiza a partir das 15 horas desta quinta-feira (31), audiência em que será ouvido Wesley Gomes da Silva, mais conhecido como Pé de Monstro. Ele foi denunciado pela morte de um jovem de 20 anos no Sambão do Povo em fevereiro de 2023. Além dele, vão ser ouvidas três testemunhas da acusação e quatro da defesa.
Pedro Henrique Crizanto, 20 anos, foi morto com um tiro durante os ensaios técnicos das escolas de samba. Ele estava com os amigos no sambão, e foi para defendê-los, segundo a polícia, que se envolveu na briga. As investigações iniciais indicavam que um menor havia sido o autor do disparo.
Em abril a coluna revelou que, com base em novas provas reunidas pela família e pelo advogado Renan Sales, o Ministério Público do Espírito Santo decidiu solicitar uma nova perícia. O resultado dos trabalhos mostrou que o menor, já apreendido, contou com a ajuda de um homem, que a investigação descobriu ser Wesley.
Em depoimento à polícia, uma das testemunhas, após ser apresentado a uma foto do denunciado, afirmou que o “reconhece como sendo o indivíduo que efetuou o disparo em Pedro”.
No final de julho a Primeira Vara Criminal de Vitória aceitou a denúncia do Ministério Público do Espírito Santo (MPES), tornado Pé de Monstro réu em ação penal.
“Restando configurada a materialidade do crime, bem como há indícios satisfatórios de autoria, já que a denúncia ofertada aponta Wesley como um dos autores do crime de homicídio consumado contra a vítima”, disse o juiz Carlos Henrique Rios do Amaral Filho.
À Justiça o MPES informou que, durante a confusão que ocorreu no Sambão do Povo, no dia do crime, Wesley sacou uma arma de fogo e efetuou um disparo à queima-roupa na cabeça de Pedro Henrique, que morreu no local.
“O denunciado, de forma premeditada, desferiu um tiro na cabeça da vítima, pelas costas, dificultando qualquer reação de defesa, o que caracteriza a covardia e a gravidade do ato praticado”, diz o texto.
O advogado de Wesley não foi localizado, mas o espaço segue aberto para a sua manifestação.
Família
A família de Pedro pretende acompanhar a audiência. A expectativa da mãe, Patrícia Crizanto, é de que após as audiências de instrução, a decisão seja para que ele vá a julgamento.
“Ele precisa ser julgado para que outras famílias não sejam alvo da dor que sentimos com a perda do nosso filho. Uma dor que não cicatriza”, disse.
Ela recorda que nunca aceitou a conclusão da primeira etapa do processo que indicou apenas o menor como autor do crime. “A nova pessoa denunciada ficou livre, acusando outras pessoas pelo crime. Mas as novas provas mostram que ele, de fato, efetuou o disparo. Então há provas para que seja condenado”, desabafou.
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