![Prisão juiz](https://midias.agazeta.com.br/2024/08/01/prisao-juiz-2370491-article.jpeg)
Dois advogados que tiveram mandados de prisão decretados pela Justiça estadual nesta quinta-feira (1º) ainda não foram localizados pela força policial e estão sendo procurados. Outras cinco pessoas foram presas, incluindo um juiz, na Operação Follow The Money, que investiga um esquema criminoso com ações judiciais simuladas, acordos fraudulentos viabilizados por sentenças e que resultaram no saque de heranças deixadas por pessoas mortas.
A força-tarefa que envolveu 9 membros do Ministério Público do Espírito Santo (MPES) e 97 policiais, foi realizada por meio da Procuradoria-Geral de Justiça e do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco Central e Norte), com o apoio da Polícia Militar.
Questionado sobre o cumprimento dos mandados de prisão, o MPES confirmou que os dois advogados não foram localizados. Por meio de nota, o Tribunal de Justiça do Espírito Santo (TJES) afirmou que essas pessoas foram consideradas foragidas (veja no final do texto).
Para outras nove pessoas foram determinadas medidas restritivas, com o uso de tornozeleira, que abrange outro magistrado. Do grupo, só três foram tornozelados. Não há informações sobre os outros seis. Confira a situação dos dois grupos
Receberam mandado de prisão:
- Bruno Fritoli Almeida - juiz - detido no Presídio do Quartel da Polícia Militar
- Ricardo Nunes De Souza - advogado - Encaminhado para a Penitenciária de Segurança Média I
- Veldir José Xavier - Foi para o Centro de Detenção Provisória de Viana II
- Victor Hugo De Mattos Martins - Encaminhado ao Centro de Detenção Provisória Viana II
- Mauro Pansini Junior - empresário - Encaminhado ao Centro de Detenção Provisória de Viana 2 (CDPV2)
- José Joelson Martins De Oliveira - advogado - Não localizado
- Vicente Santório Filho - advogado - Não localizado
Receberam medidas cautelares diversas da prisão:
- Luana Esperandio Nunes De Souza - com tornozeleira
- Luiz Antônio Esperandio - com tornozeleira
- Maurício Camatta Rangel - juiz - com tornozeleira
- Bernardo Azoury Nassur - médico
- Carlos Henrique De Oliveira Dantas - advogado
- Diogo Machado Coelho Rangel - advogado
- Gabriel Martins De Oliveira - advogado
- Hayalla Esperandio
- Luam Fernando Giuberti Marques
Os desembargadores do pleno do Tribunal de Justiça do Espírito Santo (TJES), em reunião na tarde desta quinta-feira (1º), decidiram manter o afastamento dos dois juízes de suas funções, assim como as decisões de prisão para Fritoli e tornozeleira para Camatta Rangel.
Na tarde desta sexta-feira (02) foram realizadas as audiências de custódia dos que estão detidos. O advogado Rafael Lima, que faz a defesa do juiz Fritoli, informou que ele permanece detido, e reafirmou que "os fatos serão esclarecidos em momento oportuno".
Disse ainda que Fritoli "atua como magistrado há mais de uma década, sempre com lisura e responsabilidade". E que está "confiante da índole de Bruno durante sua carreira no Judiciário", informando ainda que seguirá acompanhando o desenrolar do caso e atuando, com os instrumentos da lei, por sua inocência.
A prisão do advogado Ricardo Nunes também foi mantida. Mas a Associação Brasileira dos Advogados Criminalistas (Abracrim), solicitou para ele a prisão domiciliar ou a transferência para o quartel de Maruípe, onde o juiz está preso. O argumento é de que os dois devem ter o mesmo tratamento.
Hugo Miguel Nunes, coordenador criminal da comissão de Prerrogativas da OAB-ES, informou que também acompanhou a audiência. “Vamos tomar todas as medidas necessárias para garantir que as prerrogativas do advogado não sejam violadas”, informou.
Por nota, o advogado de Luam Gilberti Marques, informou que ainda não teve acesso ao processo e que desconhece qualquer acusação em desfavor de seu cliente. “Temos a absoluta certeza de que os fatos ali aventados serão devidamente apurados, esclarecidos e, acima de tudo, rechaçados em momento oportuno, tudo sob a ótica do devido processo legal e consubstanciado na segurança da ampla defesa”, disse.
As defesas de José Joelson e de Vicente Santório, assim como as dos demais citados (presos e alvos de mandados de restrição) não foram localizadas, mas o espaço segue aberto para se manifestarem.
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