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Dono de bar que matou jovem esfaqueado na Rua da Lama vira réu

Justiça também decretou a prisão preventiva de Vilson Luiz Ballan, devido ao risco de que empresário intimide testemunhas e atrapalhe coleta de provas

Vitória
Publicado em 15/04/2025 às 16h25
Vilson Luiz Ballan, dono de bar em Jardim da Penha
Vilson Luiz Ballan estava preso temporariamente desde 18 de março . Crédito: Rede social

O empresário Vilson Luiz Ballan se tornou réu em uma ação penal pela morte de Breno Rezende de Carvalho, de 25 anos. O jovem  foi morto com uma facada quando estava em um bar, com amigos, na Rua da Lama, em Jardim da Penha, Vitória. O crime, que foi registrado por câmera de videomonitoramento, aconteceu às 4h40 do dia 15 de março, após uma discussão pelo pagamento de uma cerveja, no valor de R$ 16, que Breno havia comprado no bar do denunciado e já havia quitado. 

A decisão é assinada pelo juiz da 1ª Vara Criminal de Vitória, Carlos Henrique Rios do Amaral Filho, após aceitar a denúncia apresentada pelo Ministério Público do Espírito Santo (MPES). O magistrado acompanha o entendimento do órgão ministerial, que destaca que o crime teria sido cometido por “motivo fútil”. 

“Os fatos narrados nos autos (processo) demonstram que a conduta praticada pelo denunciado é de extrema gravidade: trata-se de homicídio doloso qualificado, supostamente praticado por motivo fútil (desentendimento por cobrança de R$ 16,00 – dezesseis reais – cuja quitação havia sido previamente confirmada pelo garçom) e mediante recurso que dificultou a defesa da vítima (abordagem súbita, com arma branca, sem chance de reação)”.

O juiz também decretou a prisão preventiva de Vilson, que estava preso temporariamente desde 18 de março, com o argumento de que as ações dele evidenciam “elevada periculosidade" que a liberdade do agora réu poderia colocar testemunhas em risco e atrapalhar a coleta de provas.

“Além disso, havendo testemunhas presenciais arroladas, é recomendável a medida extrema para garantir a regularidade da instrução criminal, evitando eventual intimidação de testemunhas e interferência na colheita da prova oral (conveniência da instrução criminal)”. 

Vilson é dono do bar Sofá da Hebe, um dos mais movimentados da Rua Lama. Breno, que estava no estabelecimento antes do crime, teria sido acusado pelo réu de consumir e não pagar uma cerveja. Depois de a briga ter acabado, já em outro momento da noite, o suspeito foi atrás da vítima em outro bar, que fica ao lado do seu, e deu uma facada na vítima.

Breno Rezende de Carvalho, de 25 anos, foi assassinado na Rua da Lama, em Vitória
Breno Rezende de Carvalho, de 25 anos. Crédito: Reprodução

Procurada, a advogada Janaína dos Santos Gomes, que representa Vilson, segundo informações presentes no processo, informou que no momento não faria nenhuma declaração sobre a decisão. O empresário permanecerá detido no Centro de Detenção Provisória de Viana 2 (CDPV2).

Denúncia

À Justiça do Espírito Santo, o MPES destacou que, antes de cometer o crime, Vilson intimidou a vítima. Enquanto ainda estava no Sofá da Hebe, Breno pagou por duas cervejas — pegou uma e deixou outra paga. Após retirar a segunda garrafa de bebida é que a confusão começou. 

De acordo com o MP, Vilson, em tom alterado, exigiu o pagamento de R$ 16 e ameaçou Breno: “Vocês têm 5 minutos pra resolver isso aí”, teria dito o empresário à vítima e a seus amigos. 

Um garçom chegou a confirmar a Vilson que a cerveja já estava quitada, mas o dono do bar discutou com o atendente e permaneceu encarando o grupo de amigos. Eles, então, saíram do Sofá da Hebe e foram para o bar vizinho, Did's, onde o crime aconteceu. 

O MP sustenta ainda que Breno foi surpreendido pela ação de Vilson. Lembrou que o jovem estava em um momento de descontração quando foi atingido pela facada.

“O crime foi executado mediante recurso que dificultou a defesa da vítima, uma vez que Vilson se aproximou da vítima que estava em um contexto de descontração com os amigos e, de forma repentina, retirou uma faca da cintura e desferiu o golpe em Breno, o que reduziu drasticamente suas chances de defesa e resistência”.

Na ocasião, Breno ainda tentou se defender com um soco, mas em razão da gravidade dos ferimentos, morreu no local.

Jovem comemorava com amigos

Breno Rezende de Carvalho, de 25 anos, vivia um momento de realização pessoal e profissional, segundo familiares. Ele morava em Goiabeiras com a avó e dois irmãos. Com formação em Tecnologia da Informação (TI), Breno havia montado sua empresa neste ano e estava na expectativa de dar início ao primeiro contrato de prestação de serviço firmado por seu empreendimento.

Segundo Lucas Oliveira de Carvalho, 31 anos, primo de Breno, o jovem estava feliz pela nova fase de sua vida. "Para a avó materna, ele era aquele neto criado como filho. Ele sempre morou com ela. Quando perdeu a mãe por conta da pandemia, em 2021, o Breno passou um período muito complicado, porque ele era o filho mais velho e temia pelo futuro dos dois irmãos mais novos. No entanto, conseguiu superar esse período e seguir a vida", disse o primo, no dia do crime. 

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