Dados de uma pesquisa nacional revelam o impacto da violência armada contra as mulheres no Espírito Santo. A maior taxa de homicídio feminino na Região Sudeste por arma de fogo é do Estado, superando os números nacionais. Outro dado que se destaca: a maior parte das vítimas eram negras.
A pesquisa "O papel da arma de fogo na violência contra a mulher" foi realizada pelo Instituto Sou da Paz e levou em consideração o fato de que esse tipo de arma é o instrumento utilizado em mais de 70% dos casos de mortes por agressão registradas a cada ano no país.
As informações para o levantamento foram obtidas entre os anos 2012 e 2022, a partir dos registros dos sistemas de informações do Ministério da Saúde. Os dados não incluem casos de feminicídios.
O estudo aponta ainda que nos crimes de homicídios de mulheres, as vítimas negras (pretas e pardas) são majoritárias e lideram os casos que envolvem armas de fogo. Em 2022, as mulheres negras representavam 68,3% das vítimas fatais de agressão armada, ou seja, de cada 10 mulheres assassinadas por arma de fogo no Brasil, 7 são negras.
A diretora executiva do Sou da Paz, Carolina Ricardo observa que no Espírito Santo, nos últimos dez anos, o percentual de assassinatos de mulheres com armas de fogo, em relação ao total de homicídios de mulheres, reduziu. Saiu de 65% em 2012 para 50% dos casos em 2022.
Ela pondera que apesar dos avanços, os dados representam uma situação de alerta. “É uma redução ao longo dos anos, mas é um objetivo importante a se perseguir, de reduzir ainda mais esse número, que está na média do Brasil”.
LEIA MAIS COLUNAS DE VILMARA FERNANDES
Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rápido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem.
Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta.