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Fuga de presídio de segurança máxima do ES custaria R$ 300 mil

Revista rotineira da Polícia Penal encontrou um celular na cela  de um detento e deu início a investigação que culminou  na descoberta do plano e nas prisões

Vitória
Publicado em 15/07/2024 às 03h30
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Crédito: Sabrina Cardoso com Adobe Firefly/Microsoft Designer

A fuga de um presídio de segurança máxima do Espírito Santo custaria a um detento, que já figurou na lista dos mais procurados, cerca de R$ 300 mil. O dinheiro seria destinado a obter informações para traçar a rota que o levaria para fora das muralhas da unidade, localizada no Complexo de Viana. As investigações apontam que ele contou com o apoio de um monitor de ressocialização, que teria recebido um adiantamento em torno de R$ 15 mil.

O valor acabou não sendo pago em sua totalidade porque o plano foi frustrado após uma revista rotineira da Polícia Penal, realizada na Penitenciária de Segurança Máxima 2,  encontrar um celular na cela do detento. No equipamento foram localizadas imagens que mostravam possíveis alternativas para uma rota de fuga e fotografias de familiares.

A área de inteligência da Secretaria de Estado da Justiça (Sejus) descobriu como ocorreu a entrada do equipamento na unidade prisional, e obteve vídeos do monitor no momento em que o celular foi entregue na cela. E ainda dele realizando fotos em pontos da unidade, nas posições das imagens localizadas no equipamento que estava com o detento. Há também indicativos  do possível envolvimento de um policial penal.

Com base nas informações, o Grupo Especial de Trabalho em Execução Penal (Getep) do Ministério Público do Estado do Espírito Santo (MPES) obteve na Justiça estadual mandado de prisão e de busca e apreensão para a casa do monitor, onde foram apreendidos cinco celulares.

Nove celulares estavam na moradia da esposa do detento,  outro ponto que foi alvo de busca e apreensão. O mesmo foi feito na casa de um policial penal, onde foi encontrada uma arma irregular que resultou em sua prisão em flagrante.

As medidas foram cumpridas em menos de 15 dias após a localização do celular na cela,  em pelo menos três fases da Operação “Trash Bag”, realizada nos municípios de Cariacica e Viana, e que contou com a participação de 18 policiais penais.

Em decisão judicial da 1ª Vara de Viana, que autorizou as prisões, é informado sobre a existência de comprovações de depósitos bancários realizados em favor do monitor, feito por familiares da esposa do prisioneiro.

Para o  envolvido na tentativa de fuga, a Justiça estadual decretou uma nova prisão preventiva. Segundo informações da Polícia Penal, ele é um preso provisório, acusado de crimes como homicídio e tráfico de drogas, e pertence a uma facção que comanda a venda de entorpecentes na região de Santa Rosa, em Cariacica.

Em relação ao monitor, a Sejus informou que os trâmites para a rescisão contratual  já foram iniciados; já a respeito do policial penal, um Procedimento Administrativo Disciplinar (PAD) será aberto para apurar o caso. Os nomes dos envolvidos nas ações criminosas não foram divulgados, já que o caso está sob segredo de Justiça.

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