O cabo da Polícia Militar Deivid Cavalcanti Amorim teve a prisão decretada pela Justiça estadual na tarde desta quinta-feira (21). Ele foi denunciado por agressão a duas pessoas, para uma delas foi considerado tentativa de homicídio. Os fatos aconteceram no mês de setembro, no estacionamento do Aeroporto de Vitória. Segundo a decisão, há indícios de coação contra uma vítima e descumprimento de uso da tornozeleira.
O Ministério Público do Espírito Santo (MPES) apontou, informa o texto judicial, que houve mudança no depoimento prestado por uma das vítimas, a esposa de Deivid, em relação às imagens de videomonitoramento anexadas ao processo, o que poderia indicar uma coação por parte do militar.
“Ao analisar o depoimento da esposa na esfera policial, noto que o mesmo é totalmente distinto da situação fática apresentada nas imagens de videomonitoramento carreadas aos autos (processo), demonstrando que há risco na conveniência da instrução criminal, caso Deivid permaneça em liberdade provisória”, informa o juiz Carlos Henrique Rios do Amaral Filho, da 1ª Vara Criminal de Vitória.
Ao decretar a prisão, o juiz informa que ela decorre da gravidade do delito praticado pelo militar contra uma das vítimas, aliado ao risco ao processo diante da mudança na versão da esposa sobre os fatos. E ainda pelo risco à aplicação da lei penal, diante do descumprimento às orientações de manutenção da tornozeleira eletrônica.
Denúncia
Em sua denúncia, o MPES aponta que Deivid Cavalcanti Amorim praticou o crime de homicídio tentado triplamente qualificado contra uma das vítimas. “Supostamente cometido por motivo torpe, motivado pelo ciúme intenso que nutria pelo envolvimento romântico com a sua esposa durante o período em que ela esteve separada do militar”.
É narrado ainda: “O crime foi cometido por meio cruel”. Na sequência é informado: ”Ao derrubar a vítima no chão, continuou a agredi-la com diversos chutes na cabeça, mesmo após ele já estar desfalecido, provocando intenso sofrimento e dor, caracterizando excesso de brutalidade”.
Os fatos aconteceram no estacionamento do Aeroporto de Vitória, no dia 14 de setembro deste ano. Imagens das agressões foram gravadas por populares. (veja vídeo acima)
No dia a esposa do militar se encontrou com a vítima espancada. Os dois conversavam em um carro quando Deivid se aproximou e deu início às agressões.
Quando o homem estava desfalecido no chão, segundo a denúncia, Deivid pegou o celular e a carteira da vítima, onde tinha R$ 500.
Em relação a esposa, foi dito que o militar teria praticado o crime de lesão corporal na forma da Lei 11.340/06 — Lei Maria da Penha —, por ter sido agredida com socos. Foi apontado ainda crime de furto porque o militar levou o celular e a carteira da vítima.
A defesa do militar foi demandada. O espaço segue aberto para a manifestação.
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