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Líder do PCV vai a júri por ordenar ataque em Vitória de dentro da prisão

Outras quatro pessoas também vão sentar no banco dos réus por crime que ocorreu no Centro e resultou em cinco vítimas, duas delas morreram

Vitória
Publicado em 05/12/2024 às 03h30
Ataque no Centro
Crédito: Arte - Camilly Napoleão com Adobe Firefly

Cinco pessoas, sendo quatro jovens, voltavam de um dia na praia quando foram emboscados no Centro de Vitória. Estavam em um carro que foi alvejado por vários disparos em um semáforo. Das cinco vítimas, duas morreram. O ataque, que ocorreu em outubro de 2020, está no contexto das disputas do tráfico de drogas na região do Morro da Piedade,  e que resultaram em outros assassinatos.

Em sentença do último dia 29, o juiz da 1ª Vara Criminal de Vitória, Carlos Henrique Rios do Amaral Filho, que preside o Tribunal do Júri, decidiu que cinco pessoas vão ser julgadas pelos crimes: dois homicídios e três tentativas de homicídio. São eles:

  • Felipe Dos Santos Dantas, conhecido como  "Felipe Orelha", "Menor Orelha", "Menor Prejuízo" ou "PTJ" - detido no Centro de Detenção Provisória de Guarapari
  • Thaian Silva De Almeida - detido no Centro de Detenção Provisória de Vila Velha
  • Felipe de Souza Oliveira, conhecido com "Felipe Francis" - detido no Centro de Detenção Provisória de Viana 2
  • Lucas Depolo Muniz, conhecido com "Lucas Madruga" - responde ao processo em liberdade
  • Geovani de Andrade Bento, conhecido com "Vaninho",  "Magrelo" ou "Paizão" - Presídio Federal de Porto Velho (RO)

O último da lista é uma liderança do Primeiro Comando de Vitória (PCV) e está detido no presídio Federal de Porto Velho, em Rondônia. De acordo com a denúncia apresentada pelo Ministério Público do Espírito Santo (MPES), foi ele quem determinou as mortes.

“Seja por ser hierarquicamente superior aos denunciados Felipe, Thain e Felipe na facção criminosa, detendo o poder de ditar ordens e cobrar a prestação de contas, nada acontecendo sem que aquele saiba e ordene, seja porque a referida ordem foi repassada pelo denunciado Lucas, advogado do PCV e integrante de tal facção, aos demais integrantes da organização criminosa”, informou o Ministério Público.

O texto destaca que as ordens de Geovani para ataques e ações logísticas no comércio ilícito de entorpecentes vinham de dentro da prisão. E era a ele que Felipe, Thain e Felipe se reportavam para prestar contas. É informado ainda que eles faziam parte do braço armado da facção, executando rivais.

“Já o denunciado Lucas figura como um dos braços jurídicos da organização, visto que, na condição de advogado, atua fazendo ‘leva e traz’ de recados das lideranças da organização que se encontram custodiadas no sistema prisional capixaba, trazendo ordens de dentro da cadeia e prestando conta a estes do movimento de narcotráfico”, informa a denúncia.

Motivação do crime

Segundo o MPES, um dos que morreu, e outros três sobreviventes do ataque, eram moradores do Morro do Moscoso e integravam o movimento do tráfico que fazia resistência à dominação do PCV. E que foi uma das principais motivações da guerra do tráfico na região da Grande Fonte Grande, envolvendo os bairros Piedade, Fonte Grande e Moscoso desde o ano de 2018.

Os quatro passaram o dia na Praia da Costa, em Vila Velha, onde foram vistos por um rival que avisou a Felipe, Thaian e Felipe. “Ficaram de campana observando os movimentos das vítimas, à espreita de um momento propício para pôr em prática a ordem emanada da prisão”, informa a denúncia.

No fim do dia as vítimas deixaram a praia no carro de Adriano, um Onix vermelho, e seguiram para o Morro da Fonte Grande. Foram seguidos por Felipe, Thaian e Felipe, em um HB20 branco, que parou ao lado do grupo em um semáforo, na Avenida Governador José Sette, no Centro. 

Segundo o MPES, os crimes foram praticados no contexto da guerra do tráfico. “Os denunciados atentaram contra a vida das vítimas pelo fato destas pertencerem ao grupo de narcotráfico rival. O modo de execução do delito dificultou a defesa das vítimas, pois foram seguidas pelos executores, que já as observaram, tendo sido executadas de inopino, enquanto aguardavam com o carro parado o sinal vermelho do semáforo, sendo certo não esperavam ou poderiam esperar tal ataque”.

Os advogados dos réus não foram localizados. O espaço segue aberto para manifestação.

Mortes na disputa do tráfico no Centro de Vitória

Crime na Avenida Governador José Sette, no Centro de Vitória
Crime na Avenida Governador José Sette, no Centro de Vitória. Vitor Jubini
Crime Centro de Vitória
Crime Centro de Vitória. Rafael Silva
Crime na Avenida Governador José Sette, no Centro de Vitória
Crime na Avenida Governador José Sette, no Centro de Vitória. Vitor Jubini
Crime na Avenida Governador José Sette, no Centro de Vitória
Crime na Avenida Governador José Sette, no Centro de Vitória. Vitor Jubini
Crime na Avenida Governador José Sette, no Centro de Vitória
Crime na Avenida Governador José Sette, no Centro de Vitória. Vitor Jubini
Crime na Avenida Governador José Sette, no Centro de Vitória
Crime na Avenida Governador José Sette, no Centro de Vitória. Vitor Jubini
Crime na Avenida Governador José Sette, no Centro de Vitória
Crime na Avenida Governador José Sette, no Centro de Vitória
Crime na Avenida Governador José Sette, no Centro de Vitória
Crime na Avenida Governador José Sette, no Centro de Vitória
Crime na Avenida Governador José Sette, no Centro de Vitória
Crime na Avenida Governador José Sette, no Centro de Vitória

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