A poucos dias de completar dois meses de sua prisão, Fernando Moraes Pereira Pimenta, o Marujo, foi enviado para o presídio federal de Catanduvas, no Paraná, no início da tarde desta segunda-feira (29). A decisão da Justiça estadual é da última semana, mas a transferência ocorreu após um final de semana em que duas pessoas foram mortas, em suas celas, no Complexo Penal de Viana. Em uma de suas unidades estava detida a principal liderança do grupo criminoso Primeiro Comando de Vitória (PCV).
A transferência havia sido solicitada pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), do Ministério Público do Espírito Santo (MPES), e foi autorizada pela Justiça estadual. Ele embarcou no Aeroporto de Vitória em um avião da Polícia Federal. Por nota o Gaeco informou que "não há espaço para o crime organizado no Estado do Espírito Santo".
Marujo,que há anos estava na lista dos bandidos mais procurados do Estado, foi preso no dia 8 de março em uma operação da Polícia Civil, após meses de investigação. Ele foi encaminhado para a Penitenciária de Segurança Máxima 2, unidade destinada aos presos de maior periculosidade. E a Justiça estadual decidiu que ocuparia uma das 12 celas do chamado Regime Disciplinar Diferenciado, o RDD, que estabelece regras mais rigorosas, ficando sozinho, com controle de visitas e monitoramento de entrevistas.
“Nosso Regime Disciplinar Diferenciado (RDD) segue todas as normas e ele estava sendo mantido isolado e monitorado, mas estamos cumprindo uma decisão da Justiça estadual e encaminhando o interno para cumprir sua pena em Catanduvas”, informou Rafael Pacheco, titular da Secretaria de Estado de Justiça (Sejus), que é responsável pela gestão dos presídios capixabas.
Além de Marujo, outras lideranças da mesma facção também seguiram caminho semelhante: João de Andrade, o Joãozinho da 12; Carlos Alberto Furtado da Silva, o Beto; Geovane de Andrade Bento, o Vaninho; Giovani Otacílio de Souza, o Paraíba; e Pablo Bernardes, o Geléia, estão cumprindo suas penas na unidade federal de Porto Velho, em Rondônia.
A transferência de Marujo ocorreu após um final de semana tenso, com o registro da morte de dois presos na Penitenciária de Segurança Máxima 1, em Viana. As vítimas receberam várias perfurações de “chuço” - arma feita com vergalhão retirado das paredes -, nas celas que compartilhavam com outros internos que aparentemente nada fizeram para impedi-las.
As motivações ainda estão sendo investigadas, mas os dois mortos eram da mesma facção de Marujo, o PCV. Dois outros presos, de facção rival, foram identificados como autores dos crimes.
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