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PCC no ES enviava dinheiro para a gestão da facção em São Paulo

Operação realizada pelo Ministério Público também identificou a participação de um policial militar, que recebia dinheiro para impedir a prisão de líder do tráfico

Vitória
Publicado em 13/12/2024 às 00h30
Operação
Crédito: Foto - MPES

Investigações realizadas no Espírito Santo identificaram, e obtiveram provas, do envio de dinheiro para a gestão da facção Primeiro Comando da Capital (PCC), em São Paulo. As remessas eram enviadas por uma liderança que atuava na Ilha do Príncipe, em Vitória. O grupo criminoso contava ainda com o apoio de um policial militar, que recebia para fornecer informações e garantir segurança.

Os levantamentos iniciais apontam que entre fevereiro e março deste ano foram encaminhados para o setor Sintonia Geral Progresso da unidade paulista — responsável pela gestão e gerenciamento do tráfico —, cerca de R$ 100 mil.

Mas as estimativas são de valores maiores, considerando que pelo menos 24 contas bancárias estavam sendo utilizadas pelos criminosos para fazer a movimentação financeira. Em nome de terceiros, elas eram utilizadas para receber recursos e outras para enviar o dinheiro para a facção, em São Paulo.

Segundo informações do Ministério Público do Espírito Santo (MPES), por nota, o objetivo era dissimular a origem e a destinação dos valores ilícitos. Há indícios de que envolviam negociações de pagamento de dívidas referentes a compra de drogas.

Todas foram bloqueadas por determinação da Justiça estadual nesta quinta-feira (12), quando foi realizada a Operação Pardal, coordenada pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), com o apoio dos policiais militares do Núcleo de Inteligência da Polícia Militar do MPES. 

A liderança do esquema estava nas mãos de Yago Saib Bahia da Silva, conhecido como Passarinho. Ele havia sido preso em março deste ano, após se envolver em um conflito com um rival que resultou em um acidente de carro. Era ele quem mantinha contato com a facção em São Paulo.

Como estava em regime prisional semiaberto desde março, havia indicações de que receberia o benefício da ‘saidinha’ de Natal, o que foi impedido com a decretação de uma nova prisão.

PM preso

O esquema criminoso contava com a participação de um policial militar que recebia dinheiro para impedir que o líder do tráfico da Ilha do Príncipe fosse preso.  As negociações dele eram feitas diretamente com Yago, a quem fornecia informações sobre mandados de prisão.

O militar recebia cerca de R$ 2 mil por semana. O pagamento era feito por um intermediário que foi preso nesta quinta-feira (12). Já o policial foi detido no mês de outubro pela corporação, a partir da ação da Auditoria Militar.

As investigações foram iniciadas em outubro com o objetivo de desarticular o núcleo do PCC com atuação na lavagem de dinheiro, tráfico de drogas, comércio ilegal de armas e corrupção ativa de agentes públicos na região da Ilha do Príncipe, em Vitória.

Foram presas nove pessoas, algumas em flagrante por porte de arma, e duas já estavam detidas. Outras cinco estão com mandados de prisão em aberto e são consideradas foragidas.

Também houve buscas e apreensão autorizada pela 8ª Vara Criminal de Vitória, para cumprimento nos municípios de Vitória, Cariacica, Vila Velha e Serra.

A defesa de Yago não foi localizada, mas o espaço segue aberto a manifestação.

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