Um policial penal que atuava como chefe de segurança da Penitenciária de Segurança Máxima II, e uma liderança do tráfico de Viana, integrante do Primeiro Comando de Vitória (PCV), foram presos na manhã desta sexta-feira (8). Os dois são acusados de planejar vários crimes, incluindo um esquema para matar um preso dentro da unidade e que seria rival do traficante. Eles contaram com a possível ajuda de uma terceira pessoa, uma mulher que também é policial penal, que não foi detida.
Foram cumpridos dois mandados de prisão e três de busca e apreensão nas cidades de Viana e Vila Velha, com apreensões de celulares, notebooks, armas de fogo na casa dos suspeitos.
As ações fazem parte da segunda fase da Operação Trash Bag, foi conduzida pelo Grupo Especial de Trabalho em Execução Penal (GETEP) do Ministério Público do Estado do Espírito Santo (MPES), com apoio da Subsecretaria de Inteligência da Secretaria de Estado da Justiça (Sejus), responsável pela gestão das unidades prisionais, e da Polícia Penal.
Na primeira fase da operação, foi preso um monitor de ressocialização que poderia receber até R$ 1 milhão para auxiliar na fuga de um detento. No mesmo dia também ocorreu a prisão de um policial penal por porte ilegal de arma de fogo. Dias depois ele foi liberado. Foi este mesmo policial que nesta sexta-feira (8) recebeu mandado de prisão preventiva.
Foi a arma ilegal encontrada na casa dele a chave para a realização da segunda fase. As investigações apontam que ela seria entregue a um detento, dentro da Máxima II, para que executasse um outro prisioneiro ou até uma fuga. A morte encomendada era de um rival do traficante, e que o tinha antecedido na liderança na região de Viana.
As investigações apontam que o policial penal que era chefe de segurança, envolvido no suposto esquema para matar um detento da Máxima II, teria sido cooptado pelo traficante. E ainda teria, supostamente, recebido valores mensais para deixar entrar na unidade objetos ilícitos, como aparelhos celulares, drogas e materiais cortantes, além de repassar informações e fazer “vista grossa” durante as revistas das celas onde se encontram aliados do traficante, o que poderia indicar a realização de outros eventos criminosos.
Há ainda indícios de que o policial penal vinha ameaçando possíveis testemunhas dos crimes praticados por eles com o objetivo de ocultar provas.
Em 40 dias
O trabalho de investigação do MPES e da Subsecretaria de Inteligência da Sejus conseguiu que, em 40 dias, fossem presos dois policiais penais, e um monitor, envolvidos nos crimes na Máxima II, e em roubo de armas na localidade de Paraju, Domingos Martins.
Um dos detidos acima era chefe de segurança da principal unidade prisional do Estado, onde estão detidos os presos de mais alta periculosidade.
Em janeiro foram detidas outras quatros pessoas, um deles o ex-diretor adjunto da Penitenciária de Segurança Máxima I, todos envolvidos em um esquema criminoso de venda de benefícios a presos, incluindo o oferecimento de garotas de programa.
O que diz a Sejus
Por nota a Sejus informa que "os trabalhos desta sexta-feira (9) foram conduzidos pelo Grupo Especial de Trabalho em Execução Penal (GETEP), com apoio da Subsecretaria de Inteligência Penitenciária da Sejus e com execução das ações pela Polícia Penal".
A defesa dos acusados
A coluna tenta contato com a defesa dos acusados. O espaço segue aberto para a manifestação.
Atualização
9 de agosto de 2024 às 12:15
Após a publicação da coluna houve uma atualização em relação ao policial penal, que foi preso na primeira fase da operação por porte ilegal de arma de fogo. Dias depois foi liberado. Nesta sexta-feira (9) ele voltou a ser alvo de prisão preventiva.
LEIA MAIS COLUNAS DE VILMARA FERNANDES
Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rápido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem.
Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta.