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Quem são os 20 denunciados pelo MPES por esquema criminoso de heranças

Foi apontada a ocorrência de crimes como corrupção ativa e passiva, lavagem de dinheiro, organização criminosa e uso de documento falso

Vitória
Publicado em 23/08/2024 às 16h57
Atualizado em 23/08/2024 às 19h58
Prisão juiz
Crédito: Arte - Sabrina Cardoso com Microsoft Designer

Pelo menos nove advogados, além de um magistrado, um ex-juiz, entre outros profissionais estão na lista dos que foram denunciados pelo Ministério Público do Espírito Santo (MPES), após a realização da Operação Follow the Money, por participação em esquema criminoso que envolveria ações judiciais simuladas e acordos fraudulentos que resultaram no saque irregular de heranças.

O documento foi protocolado na noite desta quinta-feira (22) e ainda está sendo avaliado pelo desembargador Sérgio Ricardo de Souza. Entre os nomes apontados como envolvidos nas ações criminosas estão:

  • Bruno Fritoli Almeida - juiz - detido no Presídio do Quartel da Polícia Militar
  • Maurício Camatta Rangel - juiz - uso de tornozeleira
  • Ricardo Nunes De Souza - advogado - está na Penitenciária de Segurança Média I
  • José Joelson Martins De Oliveira, advogado - está foragido
  • Vaguiner Coelho Lopes - advogado
  • Vicente Santório Filho - advogado - foragido
  • Veldir José Xavier - soldador, está Centro de Detenção Provisória de Viana II 
  • Mauro Pansini Junior - empresário
  • Victor Hugo De Mattos Martins - empresário e ex-servidor estadual - está no Centro de Detenção Provisória de Viana II 
  • Luam Fernando Giuberti Marques - empresário - tornozeleira
  • Denison Chaves Metzker - advogado
  • Luana Esperandio Nunes De Souza
  • Hayalla Esperandio
  • Luiz Antônio Esperandio
  • Gabriel Martins de Oliveira - advogado
  • Wisley Oliveira da Silva - advogado
  • João Autimio Leão Martins - produtor rural
  • Juarez José Campos - consultor
  • Eraldo Arlindo Vera Cruz - advogado
  • Claudio Marcio Mothe Cruzeiro - advogado

Fora da denúncia

Três pessoas que na fase da operação haviam sido alvos de medidas cautelares diversas da prisão, entre elas monitoração eletrônica, não tiveram seus nomes incluídos na denúncia  do MPES, por falta de prova. "Neste momento, não se verifica suporte probatório mínimo para embasar persecução criminal judicial, ou mesmo prosseguimento da investigação", diz o texto do órgão ministerial.

Um deles é o médico Bernardo Azoury Nassur, genro do juiz Maurício Camatta Rangel.  Na decisão do desembargador Sérgio Ricardo de Souza, que autorizou as ações da Operação Follow the Money, ele foi apontado como investigado e para ele foram determinadas medidas cautelares,  incluindo o uso de tornozeleira.

Na denúncia apresentada pelo MPES, o nome do médico foi incluído na condição de testemunha. Seu advogado, Frederico Pozzatti de Souza, informou que já solicitou a suspensão das cautelares, incluindo a de monitoração.

Também não aparecem  no documento do MPES o nome de dois advogados citados na operação,  e que também receberam mandado para uso de monitoração eletrônica: Carlos Henrique de Oliveira Dantas e Diogo Machado Coelho Rangel. Ambos agora são testemunhas.

Crimes e reparação

Entre os crimes apontados pelo MPES estão: atos de corrupção ativa e passiva, lavagem de dinheiro, organização criminosa e uso de documento falso.

Foi solicitado, como reparação cível pelos danos causados pelos denunciados, um montantes de R$51.526.813,74. Parte deste valor, R$17.175.604,58, refere-se ao dano material que foi apurado pela investigação até o momento.

Outros R$34.351.209,16 referem-se a dano moral coletivo, uma reparação que equivale ao dobro do dano material.

O que dizem as defesas

A defesa de Bruno Fritoli está sendo realizada pelo advogado Rafael Lima. Ele informou que neste momento o trabalho está prejudicado por falta de acesso a todo o material do inquérito judicial. “O que dificulta a defesa. Já pedimos acesso a tudo, mas ainda não foi franqueado. Só depois teremos condições de fazer a defesa preliminar”.

Em entrevistas anteriores ele já havia informado que Fritoli "atua como magistrado há mais de uma década, sempre com lisura e responsabilidade". E que está "confiante da índole de Bruno durante sua carreira no Judiciário".

O advogado Ludgero Liberato, que faz a defesa do juiz Mauricio Camatta Rangel, informou que seu cliente não foi notificado da denúncia e que apresentará sua defesa no prazo legal.

Frederico Pozzatti de Souza, que faz a defesa do médico Bernardo, informou que “o procedimento ainda está em segredo de justiça”, mas adiantou que “o trabalho desenvolvido foi no sentido de mostrar que o Dr. Bernardo não estava envolvido com os fatos apurados. E ficou claro isso com o desenvolvimento das investigações. Inclusive, ele agora figura como testemunha do MPES”, disse.

Advogados de alguns denunciados foram acionados e ainda não se manifestaram. Outros não foram localizados. O espaço segue aberto para a manifestação.

Atualização

23 de agosto de 2024 às 19:58

Após a publicação da matéria, o médico Bernardo Azoury Nassur, solicitou que fossem atualizadas as informações sobre a não inclusão do seu nome na denúncia apresentada pelo MPES à Justiça estadual. Ele passou da condição inicial de investigado para testemunha. E seu advogado, Frederico Pozzatti de Souza, já solicitou à Justiça a suspensão do uso da tornozeleira. O texto foi atualizado.

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