Aqui você encontra conteúdos exclusivos sobre segurança, justiça e cidadania, com informações que impactam a vida das pessoas e da cidade

Quem são os réus que vão a júri por morte de PMs em emboscada no ES

Denúncia do Ministério Público aponta que os policiais faziam uma perseguição quando foram surpreendidos e executados em Cariacica

Vitória
Publicado em 10/04/2025 às 15h47
Eric, Érica, Eduardo e Luana são réus em ação penal pelo assassinato de dois policiais militares . (Montagem | A Gazeta)
Eric, Érica, Eduardo e Luana são réus em ação penal pelo assassinato de dois policiais militares . (Montagem | A Gazeta). Crédito: Arte - Montagem AG

Em sentença do último dia 2, a Justiça do Espírito Santo decidiu que os quatro envolvidos em uma emboscada que resultou na morte de dois policiais militares vão sentar no banco dos réus. O crime que pôs fim a vida de Bruno Mayer, de 30 anos, e Paulo Eduardo Oliveira Celini, de 29, aconteceu em outubro de 2022, no bairro Santa Bárbara, em Cariacica.

Segundo sentença do Juízo da 4ª Vara Criminal de Cariacica, responsável pelo Tribunal do Júri daquela cidade, vão ser julgados:

  • Érica Lopes Ferreira, 27 anos 
  • Eduardo Bonfim Meireles, 40 anos 
  • Eric da Silva Ferreira, 45 anos
  • Luana de Jesus Luz, 27 anos 

Foram mantidas ainda as prisões de Érica, Eduardo e Eric. “As condutas em tese praticadas pelos acusados afiguram-se extremamente graves, e o modus operandi em tese empregado revela a periculosidade dos mesmos, demonstrando a necessidade de suas custódias cautelares como forma de garantir a ordem pública”. Para Luana foi mantida a liberdade provisória.

O advogado Rafael Almeida de Souza, que faz a defesa de Eric e Luana, informou que irá recorrer contra alguns pontos da sentença. “Por entender que não ficaram comprovados durante a instrução”, acrescentou.

Os advogados de Érica e Eduardo não foram localizados. O espaço segue aberto para suas manifestações.

Eric, Érica, Eduardo e Luana foram presos suspeitos de fazer emboscada para assassinar os soldados  Paulo Eduardo Oliveira Celini e Bruno Mayer
Eric, Érica, Eduardo e Luana são réus em ação penal pelo assassinato de dois policiais militares . Crédito: Montagem | A Gazeta

O crime

Segundo a denúncia do Ministério Público do Espírito Santo (MPES), os quatro denunciados saíram de um churrasco em Jardim Marilândia, em Vila Velha, e seguiram em um Fox branco para Cariacica, pela Rodovia Leste-Oeste. No caminho, às margens da via, encontraram um Fiat Argo com quatro ocupantes. O veículo estava com o pneu furado.

O documento informa que, neste momento, o grupo denunciado, armado, aproveitou a ocasião para assaltar os ocupantes do Fiat, deles roubando a chave do veículo e um iPhone. Há relatos inclusive de disparo de arma de fogo cujo tiro teria atingido de raspão uma das vítimas.

Eles acabaram sendo flagrados pelos policiais militares, quando teve início uma perseguição policial realizada pelos policiais Bruno Mayer Ferrani e Paulo Eduardo Oliveira Celini. Os dois foram emboscados na Rua Manoel Freire, em Santa Bárbara, Cariacica.

Segundo o descrito na sentença, Eduardo conseguiu sair do carro sem que os PMs percebessem e se dirigiu para outro lado da viatura, o que favoreceu a emboscada. Momento em que ele e os demais acusados, que estavam dentro do veículo, atiraram contra os policiais.

Paulo Eduardo Celini, à esquerda, e Bruno Mayer, foram mortos em uma emboscada. Crédito: Arquivo pessoal
Paulo Eduardo Celini, à esquerda, e Bruno Mayer, foram mortos em uma emboscada. Crédito: Arquivo pessoal

“Ante o exposto, é evidente que o duplo homicídio em tela foi praticado mediante emboscada, uma vez que os denunciados dissimularam que iam se submeter a abordagem realizada pelos policiais militares, quando, em verdade, já haviam premeditado/planejado alvejá-los com disparos de arma de fogo, de modo a impossibilitar que se defendessem”, é dito na sentença.

Apesar de serem resgatados pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) e encaminhados ao Hospital Meridional, em Cariacica, a dupla de PMs não resistiu aos ferimentos.

Eric e Luana abandonaram o Fox branco e foram presos em Padre Gabriel, bairro de Cariacica. Já Érica e Eduardo foram presos em um motel, na mesma cidade. Com eles a polícia encontrou uma das armas usadas no crime e as armas furtadas dos policiais. Ao ser detido, Eduardo apresentou o nome falso de Marcelo Gomes Freitas.

A Gazeta integra o

Saiba mais

Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rápido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem.

Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta.

A Gazeta deseja enviar alertas sobre as principais notícias do Espirito Santo.