
Dez anos após cometer crimes no Espírito Santo, como integrante de uma quadrilha nacional especializada em roubo de caixas eletrônicos, ocorreu uma disputa judicial sobre onde o detento Bruno Borges Mariano cumprirá sua pena. O problema é que ele roubou no Espírito Santo, fugiu para a Guiana Francesa, depois para o Panamá, onde foi capturado e deportado, mas também desrespeitou a lei em Goiás, que já pleiteou para o cárcere de lá a sua estadia.
A história começa em fevereiro de 2015, quando uma operação da Polícia Civil prendeu uma quadrilha com pelo menos dez integrantes, dois deles, cabeças do grupo, estavam foragidos na ocasião, incluindo Bruno.
Entre os presos estava um homem acusado de roubar dois aviões no Mato Grosso, para vendê-los na Bolívia. Eram criminosos oriundos de estados como Maranhão, São Paulo, Bahia, Pará e Mato Grosso, com integrantes de Colatina e Linhares, Norte do Estado.
Na extensa ficha criminal da quadrilha havia uma série de assaltos e arrombamentos a caixas eletrônicos, nas “saidinhas de banco” e clonagem de cartões. Na época, a polícia estimou que eles participaram de pelo menos 20 assaltos no Espírito Santo, resultando em prejuízos de mais de R$ 3 milhões.
Em 2025
Em 2025 o cenário ficou mais complicado para o criminoso. Em sentença do Juízo da 4ª Vara Criminal de Vitória, do dia 13 de fevereiro, Bruno foi condenado a 9 anos e 3 meses de reclusão. Foi acusado, com outros réus, por “roubo, mediante grave ameaça efetivada com uso de arma de fogo”, de R$ 100 mil do caixa eletrônico de um banco e de toda a quantia de caixa de outra instituição, ambas localizadas em um supermercado.
Ele estava foragido. Somente em 29 de fevereiro de 2024 foi capturado e o caso pode ser concluído com sentença de condenação. Em outro processo é informado que ele foi localizado na Guiana Francesa, posteriormente no Panamá, de onde foi deportado. Seguiu para uma unidade prisional de Brasília após cumprimento de mandados de prisão de dois estados, Espírito Santo e Goiás.
Foi quando teve início a disputa judicial. A unidade prisional em Brasília informou aos juízos dos dois estados que precisava transferir o preso, mas precisava saber para onde.
Como já havia condenações contra ele, em definitivo, sem mais espaço para recursos — no chamado trânsito em julgado —, ele segue para o presídio de Iporá, cidade goiana.
Fato confirmado em ofício do juiz José Augusto Farias de Souza, coordenador das Varas Criminais e Execuções Penais e do Grupo de Monitoramento e Fiscalização do Sistema Carcerário, no último dia 19.
De lá, por meio de videoconferências, poderá responder aos demais processos que ainda tramitam na Justiça estadual capixaba, nas cidades de Anchieta, Serra e Vitória.
O advogado de Bruno não foi localizado, mas o espaço segue aberto a manifestação.
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