
Informações obtidas a partir da prisão de um traficante ligado ao Primeiro Comando de Vitória (PCV), realizada no último dia 12, revelaram um plano de ataque a pelo menos três bairros, dois deles localizados na Capital. São áreas que estão sob a influência de uma facção criminosa rival.
Tiago de Jesus Fernandes, 29 anos, conhecido como Tiago Folha, foi preso no último dia 12, em Porto Canoa, na Serra, após retornar do Rio de Janeiro. É um dos chefes do PCV e tinha voltado para comandar bocas de fumo nos bairros Bonfim e da Penha, ambos em Vitória.
Veio para o Estado em companhia de Jean Finamore Bento, que figura na lista dos criminosos mais procurados, com mandado de prisão em aberto desde 2022.
A missão deles, segundo a investigação, era tomar áreas que estão sob a influência do grupo criminoso rival, o Terceiro Comando Puro (TCP). Na mira estava o bairro Conquista e, no final de semana seguinte, o objetivo era avançar sobre Nova Almeida e na sequência o Morro do Macaco, em Vitória.
“Nossa investigação permitiu localizar o Tiago Folha em Porto Canoa, na Serra, na casa da mãe. Foi uma prisão importante que ajudou a impedir o planejamento que estavam traçando para atacar pelo menos três comunidades”, relatou o delegado Romualdo Gianordoli Neto, titular da Subsecretaria de Inteligência (SEI).
Finamore não foi localizado e tem se mantido foragido. “Vamos continuar monitorando a movimentação dele”, acrescentou o subsecretário.
Foi no material apreendido com Tiago Folha que a polícia encontrou a nova versão da cartilha do PCV, relatada pela coluna.
As áreas
As áreas que seriam atacadas estão sob a influência do TCP e comando dos irmãos Vera — assim denominados em referência à mãe. Trata-se de Luan Gomes Faria, o Kamu, e Gabriel Gomes Faria, o Buti. Os dois foram presos em 2023. O único em liberdade, que está foragido no Rio, é Bruno Gomes Faria, o Nono.
No último dia 20, Kamu e Buti se envolveram em um conflito ocorrido na Penitenciária de Segurança Máxima 2, em Viana, onde estão detidos. Foram gravemente feridos, mas após internação retornaram para o cárcere. As apurações iniciais apontam que teriam sido atacados por representantes do PCV.
Em relação aos ataques evitados, o primeiro alvo seria Conquista, em Vitória. Na sequência, Nova Almeida uma áreas que eles consideram lucrativas. Foi onde iniciaram o projeto piloto de extorsão contra comerciantes e empresários, de quem é cobrado um pedágio para que possam oferecer serviços como internet, energia, gás, entre outros.
Uma prática que acabou sendo levada para outras regiões, como Morro do Macaco, Itararé, Resistência, Santos Dumont. E que foi alvo da Operação Conexão Perdida, realizada pela Polícia Civil no Rio e no Espírito Santo.
E por último o Morro do Macaco, a mais preocupante, que em função de suas características poderia resultar em um conflito mais severo, até com mortes, com repercussão em outras áreas de Vitória.
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