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Eventos climáticos extremos: estamos colhendo o que cortamos

A conexão entre desmatamento e aumento das temperaturas não é um mero tópico científico; é um grito de alerta que clama por ação imediata. É imperativo adotar estratégias sustentáveis de conservação e reflorestamento para conter essa catástrofe

Publicado em 30/11/2023 às 01h30

As manchetes se repetem incansavelmente: temperaturas extremas, ondas de calor insuportáveis e relatos assustadores de termômetros marcando 50 graus ou mais, não só em nosso país, mas também na Europa, no mundo. Por outro lado, cheias, enchentes, vulcões. A situação é crítica, mas mais crítico ainda é o fato de muitos permanecerem inertes diante desse cenário desolador.

O planeta Terra é um delicado sistema interconectado, onde cada ação humana reverbera em um ciclo complexo de repercussões. No entanto, estamos testemunhando um dos atos mais destrutivos perpetrados pela humanidade ao longo dos anos: o desmatamento desenfreado, a voracidade com que depredamos e o consumo sem freios. E as consequências desse desastre são cada vez mais visíveis, especialmente no que diz respeito ao alarmante aumento das temperaturas globais.

O desmatamento, por ganância comercial, urbanização voraz ou práticas agrícolas irresponsáveis, lança golpes profundos no equilíbrio ambiental. As árvores são fundamentais para regular o clima, agindo como filtros de carbono. Elas absorvem o CO2 da atmosfera durante a fotossíntese, ajudando a conter os impactos do aquecimento global.

Contudo, quando florestas inteiras são devastadas por garimpeiros, e “senhores feudais”, esse mecanismo de regulação é despedaçado. O CO2, outrora aprisionado nas árvores, é liberado, contribuindo para o aumento desenfreado desse gás de efeito estufa. E a redução drástica da cobertura florestal mina a habilidade natural do ambiente de absorver carbono, gerando um ciclo prejudicial para o clima.

À medida que o desmatamento avança, as temperaturas globais disparam. Este não é um futuro distante; já é a nossa realidade. Por isso, não dá mais pra discutir, é preciso agir. Eventos climáticos extremos, como ondas de calor devastadoras, secas intermináveis e tempestades ferozes, são agora rotineiros e destrutivos. Os ecossistemas estão em colapso, resultando na perda acelerada de biodiversidade e no sofrimento generalizado de comunidades, incluindo a humana.

A conexão entre desmatamento e aumento das temperaturas não é um mero tópico científico; é um grito de alerta que clama por ação imediata. É imperativo adotar estratégias sustentáveis de conservação e reflorestamento para conter essa catástrofe. Proteger as últimas florestas e recuperar as áreas degradadas são passos cruciais para mitigar os impactos das mudanças climáticas.

Desmatamento registrado durante a operação Mata Atlântica em Pé de 2023
Desmatamento registrado durante a operação Mata Atlântica em Pé de 2023. Crédito: Divulgação MPES

Ainda assim, não basta. Precisamos de políticas públicas que promovam práticas sustentáveis, investimentos vigorosos em energias renováveis e educação ambiental abrangente. A conscientização sobre os efeitos nefastos do desmatamento e o engajamento de todas as esferas da sociedade são imperativos para mudar o curso atual e garantir um futuro minimamente viável para o nosso planeta.

Pelas ruas, os termômetros estão dando sinais, estão gritando. O planeta está febril pela infecção da desumanidade. É imperativo agir agora, não apenas para corrigir os erros do passado, mas também para proteger e preservar o nosso ambiente para as gerações de hoje e de amanhã. Há quem colhe o que planta, e há quem colhe o que corta, e o que destrói. Quem tiver ouvidos para ouvir, ouça!

Este texto não traduz, necessariamente, a opinião de A Gazeta.

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