Ser mulher realmente é uma tarefa difícil. Na quarentena, muitas sentem obrigação de lavar, passar, cozinhar, cuidar da casa e dos filhos (quando temos), home office, ter alimentação saudável, praticar exercícios, estudar, fazer “carreira”, ter vida social, cuidar do marido e ainda “cumprir com as nossas obrigações de esposa”. Cansa, né?
Mas quem disse que todas essas obrigações são nossas? Essa é uma reflexão um tanto quanto profunda. Em algumas situações, podemos apenas auxiliar alguém a realizar algumas dessas tarefas. Percebo que muitas mulheres se sobrecarregam porque acreditam que o marido ou os filhos, pais, facilitadores do lar, não são capazes de fazer as tarefas do mesmo nível de excelência, ou até mesmo preferem fazer para não incomodar.
Vamos nos libertar... Estudos da Organização Mundial da Saúde (OMS) mostram que as mulheres adoecem mais do que os homens. E o Ministério da Saúde já publicou alguns estudos que afirmam que esse adoecer está cada vez mais ligado a essa sobrecarga e ao acúmulo de funções. Há pesquisas que mostram, inclusive, que mães com crianças menores se sentem mais estressadas. O fato é que toda essa independência feminina fez com que algumas mulheres se aprisionassem emocionalmente, em cadeias existenciais da autossuficiência. Por isso, precisamos nos tornar livres.
Para isso, é preciso aprender a liderar em alguns momentos, em outros apenas delegar, ou rejeitar algumas funções, e em outros momentos, apenas fazer. Não é só fazer, fazer e fazer. Independente se elas têm um relacionamento sério ou estável, ou as que ainda moram com os pais, ou mesmo as que têm filhos maiores de idade, precisam se posicionar para ter essa liberdade. Muitas vezes precisamos também aprender a ouvir uma ideia ou aceitarmos uma proposta. São pequenas ações que trazem um alívio.
Muitas não aceitam para não incomodar e outras porque acreditam que o outro não fará do jeito que deseja (mas você vai morrer por conta disso?). Aceita, que sobrecarrega menos.
Algumas mulheres se sobrecarregam porque querem agradar todo mundo, e acabam não delegando e nem negando nada a ninguém. Dizer “não” é libertador, pedir ajuda também. Ocupar um filho com algumas atividades domésticas não atrapalha o desenvolvimento da criança, pelo contrário, a torna mais responsável. Pedir ajuda ao marido, uma amiga ou qualquer outra pessoa, não a torna mais fraca, e sim mais madura. Maturidade é estar com a mente aberta às novas experiências, portanto aprenda a priorizar as coisas em sua vida, e faça apenas aquilo que cabe a você.
Pare de se preocupar com o que pensam de você, se permita a viver. Cada um tem um tempo e uma forma para executar uma tarefa, mas eis meu conselho: mude, se adapte, relaxe e viva. Tenha bom ânimo e resiliência com as pessoas, com a vida. Às vezes precisamos ter maturidade para definirmos o que vale a pena fazer e lutarmos, e outras vezes precisamos apenas deixar ir. Entender que muitas vezes vale mais o silêncio do que uma discussão sem sentido. E com certeza, dessa forma, teremos mais tempo para vivermos os prazeres da vida.
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