Árbitro capixaba com maior número de atuações nacionais e internacionais, especializado em gestão esportiva,e que atuou em dez finais do Campeonato Capixaba, além de partidas das séries A, B, C e D do Campeonato Brasileiro.

Capixabão enfrenta onda de reclamação com relação às arbitragens

Nas duas últimas rodadas, praticamente em todos os jogos houve reclamações de equipes que se acharam prejudicadas pelos árbitros

Publicado em 14/03/2022 às 02h00
Arbitragem do Brasileirão pode ter caras menos conhecidas em 2021
Arbitragem do Capixabão recebe chuva de críticas. Crédito: Pixabay

O Campeonato Capixaba, sempre marcado pelas disputas acirradas e pelo equilíbrio das equipes, enfrenta uma onda de reclamações em relação à arbitragem. Nas duas últimas rodadas, praticamente em todos os jogos houve reclamações de equipes que se acharam prejudicadas pelos árbitros.

Sabemos que isso ocorre desde que o futebol começou e que muitas vezes isso se chama "transferência de responsabilidade": ou seja, jogam a culpa para o árbitro quando o time não consegue ir bem dentro de campo. Mas quando isso começa a surgir de todos os lados, e em todas as rodadas, há alguma coisa que precisa ser observada com atenção. Não adianta os clubes culparem a arbitragem pelos resultados ruins, mas também não ajuda se a comissão de árbitros agir com corporativismo e não admitir erros que, de fato, podem prejudicar as equipes.

Já há algum tempo os árbitros capixabas têm recebido uma boa estrutura de trabalho através de treinamentos e capacitações. Além disso, hoje todos têm acesso às informações e às imagens dos jogos, o que facilita a interpretação e correção de possíveis erros. A partir daí as duas partes - clubes e árbitros - precisam reconhecer seus erros e caminhar para diminuir situações que comprometem o bom andamento de uma competição.

NO meu entendimento, a arbitragem atual está muito robotizada e perdeu a capacidade de decisão e autonomia dentro de campo. São muitas instruções e normas que surgem todos os dias modificando alguma coisa. Mão na bola, bola na mão, cartões, pênaltis, tudo está muito cheio de discussões e possibilidades, e os árbitros estão perdidos sem saber o que decidir e logo depois serem corrigidos pela tecnologia.

Torço pela arbitragem capixaba, até porque sou fruto dela, mas precisamos urgentemente devolver aos árbitros o prazer de apitar sem tanta interferência externa. Isso gera árbitros fracos e sem autoridade e, por outro lado, qualquer um passa a achar que entende do assunto sem nunca ter lido o livro de regras.

Desabafos nas redes sociais não acrescentam em nada e caem na vala comum de reclamação de torcedor perdedor. Dirigentes e profissionais comprometidos em melhorar o nível da competição precisam acrescentar com sugestões e debates. A arbitragem capixaba pode e precisa melhorar sempre, mas ela está longe de ser a vilã dos fracassos das equipes que, assim como os árbitros, precisam fazer o dever de casa. 

ABSURDO

Aliás, reclamações contra árbitros chegaram ao extremo no Campeonato Mineiro. O árbitro Igor Benevenuto, que apitou o clássico entre Atlético-MG e Cruzeiro no domingo (06), ficou dias sem poder ir para casa após o jogo ameaçado de morte por torcedores do Cruzeiro que não gostaram da atuação dele.

Este texto não traduz, necessariamente, a opinião de A Gazeta.

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