O Campeonato Capixaba, sempre marcado pelas disputas acirradas e pelo equilíbrio das equipes, enfrenta uma onda de reclamações em relação à arbitragem. Nas duas últimas rodadas, praticamente em todos os jogos houve reclamações de equipes que se acharam prejudicadas pelos árbitros.
Sabemos que isso ocorre desde que o futebol começou e que muitas vezes isso se chama "transferência de responsabilidade": ou seja, jogam a culpa para o árbitro quando o time não consegue ir bem dentro de campo. Mas quando isso começa a surgir de todos os lados, e em todas as rodadas, há alguma coisa que precisa ser observada com atenção. Não adianta os clubes culparem a arbitragem pelos resultados ruins, mas também não ajuda se a comissão de árbitros agir com corporativismo e não admitir erros que, de fato, podem prejudicar as equipes.
Já há algum tempo os árbitros capixabas têm recebido uma boa estrutura de trabalho através de treinamentos e capacitações. Além disso, hoje todos têm acesso às informações e às imagens dos jogos, o que facilita a interpretação e correção de possíveis erros. A partir daí as duas partes - clubes e árbitros - precisam reconhecer seus erros e caminhar para diminuir situações que comprometem o bom andamento de uma competição.
NO meu entendimento, a arbitragem atual está muito robotizada e perdeu a capacidade de decisão e autonomia dentro de campo. São muitas instruções e normas que surgem todos os dias modificando alguma coisa. Mão na bola, bola na mão, cartões, pênaltis, tudo está muito cheio de discussões e possibilidades, e os árbitros estão perdidos sem saber o que decidir e logo depois serem corrigidos pela tecnologia.
Torço pela arbitragem capixaba, até porque sou fruto dela, mas precisamos urgentemente devolver aos árbitros o prazer de apitar sem tanta interferência externa. Isso gera árbitros fracos e sem autoridade e, por outro lado, qualquer um passa a achar que entende do assunto sem nunca ter lido o livro de regras.
Desabafos nas redes sociais não acrescentam em nada e caem na vala comum de reclamação de torcedor perdedor. Dirigentes e profissionais comprometidos em melhorar o nível da competição precisam acrescentar com sugestões e debates. A arbitragem capixaba pode e precisa melhorar sempre, mas ela está longe de ser a vilã dos fracassos das equipes que, assim como os árbitros, precisam fazer o dever de casa.
ABSURDO
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Aliás, reclamações contra árbitros chegaram ao extremo no Campeonato Mineiro. O árbitro Igor Benevenuto, que apitou o clássico entre Atlético-MG e Cruzeiro no domingo (06), ficou dias sem poder ir para casa após o jogo ameaçado de morte por torcedores do Cruzeiro que não gostaram da atuação dele.
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