Árbitro capixaba com maior número de atuações nacionais e internacionais, especializado em gestão esportiva,e que atuou em dez finais do Campeonato Capixaba, além de partidas das séries A, B, C e D do Campeonato Brasileiro.

Combate à violência no futebol precisa de discussão e medidas eficazes

O Brasil possui um longo histórico de confusões em estádios. Proibição de venda de bebida alcoólicas, torcida única e outras tentativas foram realizadas e não deram resultado. Mas esse cenário não pode ficar assim

Publicado em 14/11/2024 às 10h13
Torcedores do Atlético-MG protagonizaram cenas lamentáveis na final da Copa do Brasil
Torcedores do Atlético-MG protagonizaram cenas lamentáveis na final da Copa do Brasil. Crédito: Gilson Lobo/Agif

Os protestos injustificáveis e violentos da torcida do Atlético-MG na final da Copa do Brasil, após a derrota para o Flamengo, trouxe mais uma vez uma antiga reflexão sobre o comportamento dos torcedores nos estádios de futebol.

O longo histórico de episódios como o que ocorreu na Arena MRV já resultou em proibições de toda ordem nos estádios de futebol. Bandeiras, garrafas, instrumentos musicais, tudo isso já foi utilizado como arma de guerra por torcedores. A tentativa de proibir consumo e venda de cervejas dentro dos estádios também fracassou, pois todos bebem antes de entrar nos estádios, o que é outra prática antiga. Mas afinal, o que fazer de concreto nesse combate, já que até em jogos de torcida única já houve violência?

O futebol não pode ser terra sem lei. Hoje, no ambiente do estádio pode tudo. Chamar o outro de ladrão, jogar urina nas pessoas, falar todo tipo de palavrão e tudo se justifica como um ato de extravasar os problemas do dia a dia. Torcedores são tratados como meninos mimados. Se seu time perde, ele joga objetos no campo, picha a sede social do clube, invade o treino, espera o time no aeroporto para agredir os jogadores, fazem até ameaças de morte e nada acontece de concreto.

Antes de tudo, precisamos urgentemente rediscutir normas e regras. Em um contexto mais profundo, a violência não é exclusividade do futebol. É reflexo da sociedade, o que nos leva a pensar, inclusive, na desigualdade social, e que as pessoas usam o futebol como forma de protesto daquilo que o Estado lhe nega.

Assim, tudo que deixarmos nas mãos de quem se sente rejeitado pode virar uma arma, inclusive, bandeiras, foguetes e garrafas. Mas desarmar suas mãos não basta, é o coração e a autoestima que estão feridos. Nesses casos, qualquer derrota de seu time de coração vira motivo de agressão e protesto.

Só quando o próprio torcedor entender que o futebol é dele e que é um dos poucos lugares em que todos são iguais, ele deixará a violência de lado e passará a viver pelo menos 90 minutos de paz em um mundo que até uma partida de futebol se transforma em um cenário de guerra. 

Reencontro no Brasileirão

No empate em 0 a 0 entre Flamengo e Atlético-MG, no Maracanã, válido pelo Brasileirão, o árbitro capixaba Davi Lacerda, que vem sendo um dos destaques da arbitragem no Campeonato Brasileiro, teve mais uma boa atuação.

No primeiro tempo do jogo, ele marcou um pênalti para o Flamengo quando o zagueiro Lyanco, do Galo, tropeçou na grama e na queda derrubou o lateral Wesley dentro da área. Como sem querer também é falta, a penalidade que David Luiz desperdiçou foi muito bem marcada. Ele conduziu bem o jogo na parte técnica e com firmeza no quesito disciplinar.

Este texto não traduz, necessariamente, a opinião de A Gazeta.

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