O presidente da Comissão Nacional de Arbitragem, Wilson Seneme, foi muito questionado por vários presidentes de federações de futebol do Brasil em virtude da estratégia que está usando para as escalas dos árbitros para as séries A e B do Campeonato Brasileiro.
Os dirigentes, entre eles Gustavo Vieira, da federação capixaba, reclamam de Seneme ter centralizado as escalas em um grupo de quinze árbitros que estão sendo escalados toda rodada sem oportunizar os outros árbitros do país, ou seja, quinze apitam e mais quatrocentos ficam assistindo sem serem aproveitados nas escalas. Isso sem dúvida gera conflito com os clubes e acaba prejudicando a competição com o desgaste dos próprios árbitros.
Alguns árbitros, inclusive, já apresentaram deficiências em lances tecnicamente fáceis, o que seria resultado desse cansaço. Vale informar que os árbitros brasileiros não são profissionais e, portanto, não contam com uma estrutura adequada para enfrentarem jogos seguidos, viagens, má alimentação, pouco descanso e quase nenhum tempo de recuperação.
Segundo o médico do esporte e ex-atleta, Luciano Rezende, a capacidade de manter o foco, atenção e raciocínio rápido estariam comprometidas. "Um lance decisivo poderia ser mal marcado facilmente pela fadiga causada pelo desgaste de um voo longo, desidratação ou má alimentação. Isso pode, sem dúvida, comprometer a atuação de um árbitro", afirmou Luciano.
E é o que vem acontecendo. O árbitro Fifa Raphael Claus sentiu uma contusão e foi afastado das escalas, além de Bruno Arleu (RJ) e Sávio Sampaio (DF), ambos da Fifa que foram afastados por erros em lances primários de falta de atenção.
Diante de um calendário que tem uma competição longa como o Campeonato Brasileiro, que conta com 38 rodadas, além da Copa do Brasil e Libertadores, se essa estratégia não for revista, certamente ainda teremos muitos problemas e polêmicas até o final do ano. E nesse caso não adianta chamar o VAR. Chamar a maca seria mais indicado.
EM ALTA
No meio dessa polêmica, um árbitro que vem se destacando apitou o jogo da vitória Flamengo por 3 a 0 sobre o América-MG. Ramon Abatti Abel (SC) teve ótima atuação no Maracanã e vem se firmando para ser um futuro árbitro Fifa no Brasil.
Outra promessa da arbitragem brasileira é o capixaba Arthur Gomes Rabelo, que apitou muito bem a final do Campeonato Brasileiro sub-17 quando o Vasco venceu o Palmeiras por 4 a 2, mas que o time paulista acabou campeão pelo saldo de gols.
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