Os jogos de ida das oitavas de final da Libertadores não foram bons para os árbitros, e a comissão de arbitragem da Conmebol não tolerou os erros e agiu com rigor.
Para começar, houve muita reclamação do técnico Arce, do Cerro Porteño, na derrota por 2 a 0 para o Fluminense no jogo de ida. Aos 40 minutos do 1º tempo, após disputa de cabeça na área, a bola sobrou para o atacante Boselli, que tirou do goleiro Marcos Felipe e chutou para a rede. Porém, a jogada foi erradamente invalidada por impedimento, já que Samuel Xavier claramente dava condição na lateral do campo.
A arbitragem de vídeo começou a ser usada exatamente nessa fase do torneio, só que o assistente levantou a bandeira em vez de esperar o lance acabar, como determina o protocolo do VAR, e o árbitro apitou antes do gol. Como o lance, teoricamente, não havia terminado, o VAR não pôde interferir neste contexto.
O argentino Julio Fernandez e os chilenos Cesar Deishler e Eduardo Gamboa, que foram, respectivamente, auxiliar de VAR, assistente e árbitro de vídeo do jogo em questão e que já estavam escalados em Olimpia x Internacional nesta quinta-feira (15), também na capital paraguaia, foram retirados da escala. O árbitro Facundo Tello, que seria 4º árbitro na partida, também foi excluído, mas não recebeu punição da confederação.
A Conmebol informou os afastamentos após análise da comissão de arbitragem, presidida pelo ex-árbitro brasileiro Wilson Seneme. A entidade considerou o ocorrido em Cerro Porteño e Fluminense como "erro grave e manifesto". Os envolvidos passarão por uma reciclagem.
Outros árbitros também foram suspensos: Andres Rojas e o árbitro de vídeo (VAR) Derlis Lopez, do Paraguai, por erros graves na condução do jogo entre Boca Juniors e Atlético-MG, em Buenos Aires, pela partida de ida das oitavas de final da Libertadores. O lance que gerou as suspensões foi o gol anulado do Boca Juniors, marcado por Diego González no primeiro tempo de jogo.
A Conmebol publicou um vídeo com a comunicação entre Rojas e Lopes, além de um comunicado sobre a suspensão da dupla. Os árbitros viram falta em Nathan Silva antes de Diego González superar Réver na disputa e mandar para o gol de Éverson, aos 34 minutos do primeiro tempo. A partida ficou sete minutos paralisada e o VAR manteve a decisão de anular o gol após o árbitro de campo confirmá-lo e depois ser chamado para revisar a jogada.
Se a entidade seguir essa linha deveremos ter mais suspensões por erros nessa fatídica primeira rodada. Na vitória do Palmeiras por 1 a 0 sobre a Universidad Católica, aos 38 minutos do 1º tempo, Deyverson cruzou e a bola bateu no braço do defensor Germán Lanaro após tocar na sua própria perna, o que não configura infração. Mas após checagem do VAR, a arbitragem assinalou a penalidade para o clube paulista. Assim, aos 42 minutos do tempo inicial, Raphael Veiga cobrou e decretou a vitória.
Tais medidas ocorrem após a Copa América, onde os árbitros se submeterem a intensos treinamentos e o desempenho ficou abaixo dos colegas europeus, demonstrando que a fase de preparação já acabou. Agora é tolerância zero com erros. Afinal, eficiência máxima e mínima interferência é o que preconiza o protocolo.
DERROTA PARA A ARBITRAGEM
A arbitragem brasileira amargou uma dura derrota. O PL 2336/2021 foi aprovado na Câmara dos Deputados nesta quarta-feira (14), com modificações no texto original. Dentre elas, a exclusão do Direito de Imagem para árbitros e assistentes. Essa é uma reivindicação histórica do quadro nacional de árbitros e que esteve muito próximo de se transformar em realidade.
Na próxima semana, Salmo Valentim, presidente da Associação Nacional dos Árbitros de Futebol, retorna a Brasília para debater pessoalmente o tema com autoridades e tentar reverter a decisão.
A GAZETA NAS OLIMPÍADAS DE TÓQUIO
Quem não recebeu cartão vermelho, muito pelo contrário, recebeu uma merecida e importante missão, foi nosso competente editor de esportes Filipe Souza. Ele está embarcando para Tóquio, junto ao repórter fotográfico Vitor Jubini, para fazer a cobertura do desempenho dos atletas capixabas nos Jogos Olímpicos. Apesar da saudade da filha que nasceu há alguns dias, Filipe declarou que é um sonho que está se realizando. Boa sorte e fique sempre em cima do lance!
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Duas mulheres serão as representantes da arbitragem brasileira de futebol de campo nos Jogos Olímpicos de Tóquio 2021. Desbancando os árbitros masculinos, Edina Alves e Neuza Back poderão atuar em jogos do masculino e também do feminino da competição.
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