Árbitro capixaba com maior número de atuações nacionais e internacionais, especializado em gestão esportiva,e que atuou em dez finais do Campeonato Capixaba, além de partidas das séries A, B, C e D do Campeonato Brasileiro.

Dia Internacional do Orgulho LGBTQIA+: cartão vermelho para a homofobia

Árbitro capixaba homossexual que atuou nos anos 90, Carlos Roberto Mariano, o Betinho, fala sobre sua carreira e postura em campo

Publicado em 28/06/2021 às 03h00
Betinho é homossexual e foi árbitro nos anos 90
Betinho é homossexual e foi árbitro nos anos 90 . Crédito: Arquivo Pessoal

Carlos Roberto Mariano, mais conhecido como Betinho, é um árbitro capixaba que fez parte dos quadros de arbitragem da Federação de Futebol do Espírito Santo (FES) e da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) nos anos 90. Profissional respeitado pelos colegas e pelos jogadores, de grande qualidade técnica, é homossexual e fez muito sucesso nos gramados por onde trabalhou.

Betinho sempre morou em Colatina, onde é professor de história do quadro da rede municipal, e nesta segunda-feira (28), Dia Internacional do Orgulho LGBTQIA+ (Gays, Lésbicas, Bissexuais, Transexuais e Pessoas Intersexo), nos fala sobre sua vida, carreira e sua postura diante de uma causa tão importante.

O que te levou a se tornar árbitro de futebol?

Eu sempre fui amante do futebol e procurava ler muito sobre as regras. Aí, por acaso, sempre me colocava à disposição quando tinham jogos amadores aqui onde moro, em Colatina. Depois me prontifiquei a fazer o curso de arbitragem de futebol na Federação, Em Vitória. Com muitas dificuldades consegui me formar árbitro de futebol. Terminado o referido curso, comecei a atuar nos jogos. Mas, antes de me formar, fui árbitro em diversas partidas da Copa A Gazetinha, onde comecei a ser reconhecido para ser um futuro árbitro de futebol profissional. Na Copa A Gazetinha ganhei prestigio e reconhecimento.

Você enfrentou alguma resistência ou preconceito durante sua carreira de árbitro devido a sua homossexualidade?

Por incrível que pareça não. Apesar de existir muito preconceito, nunca enfrentei essa barreira dentro de campo. Nos jogos, os jogadores me tratavam de uma maneira tão carismática, que bastava eu olhar para eles que já sabiam o que eu queria. O respeito era mútuo.

Você sempre foi muito querido e respeitado pelos seus colegas de arbitragem e pelos jogadores, dentro e fora de campo. A que você atribui isso?

Veja bem, isso é uma coisa rara para um juiz de futebol, cair na "graça da galera", como foi o meu caso. Eu acho que isso era o resultado de muito trabalho e dedicação de minha parte. Procurava me concentrar bastante em todas as partidas onde eu ia atuar, sem errar nas minhas decisões dentro de campo. Eu me postava de forma séria dentro e fora de campo, apesar de meus trejeitos diferentes.

Qual o maior desafio para um árbitro homossexual que está iniciando a carreira atualmente?

O desafio é quebrar o tabu que ainda existe. Apesar de vivermos no século XXI, assumir publicamente a sua orientação sexual é difícil, pois árbitros já costumam ser alvos normalmente. O que temos que começar é uma mudança de mentalidades.

Deixe uma mensagem para nossos leitores sobre a importância deste dia, em que se comemora o Dia Internacional do Orgulho LGBTQIA+.

O Dia Internacional do Orgulho Gay não serve apenas para comemorar as conquistas de alguns direitos LGBTQIA+, que, infelizmente, ainda são poucos, mas também para continuar a luta pela conquista de ainda mais espaços e direitos.

CHILIQUE DE CUCA

O técnico Cuca, do Atlético-MG, protagonizou um show circense após a derrota do Galo para o Ceará na última quinta-feira (24), em partida válida pela 6ª rodada da Série A do brasileirão. O Atlético sofreu o gol que decretou sua derrota já nos acréscimos do segundo tempo, em uma falha clamorosa do goleiro Éverson. Quando o árbitro Leandro Vuaden (RS) terminou a partida, o chiliquento treinador invadiu o campo de jogo e partiu pra cima, chamando o juiz de “vagabundo”, “gaveteiro”, que iria “dar uns tapas na cara dele” e ainda citou a esposa do árbitro nas ofensas, sendo tudo isso relatado na súmula. A expectativa é que, dessa vez, haja uma punição exemplar para a lamentável atitude de mais um treinador brasileiro.

BOTAFOGO TEVE GOL MAL ANULADO NA SÉRIE B

Pela 7ª rodada da Série B do Campeonato Brasileiro, o Botafogo perdeu por 2 a 0 para o Sampaio Corrêa (MA), mas aos 9 minutos do segundo tempo, quando o placar ainda estava 1 a 0 para o time maranhense, o jogador Ronald chutou a bola dentro da área, e o goleiro Mota defendeu depois que a bola já havia cruzado a linha de gol. Nem o árbitro Jean Pierre Gonçalves Lima (RS), nem o assistente 2 Maurício Coelho Silva Penna viram a bola entrando. Houve muita reclamação do Botafogo, mas a arbitragem errou e marcou escanteio. O pior é que nem reclamar os dirigentes podem, pois foram eles que não quiseram o VAR na Série B.

BRASIL NA COPA AMÉRICA

O jogo da Seleção Brasileira pela Copa América contra o Equador teve poucas faltas (17) e apenas um cartão amarelo. Também teve pouco futebol: apenas três chutes a gol do time brasileiro. O resultado não poderia ser outro além de um empate magrinho em 1 a 1.

VAR NO BRASIL X VAR NA EUROPA

Mais uma comparação entre o uso do VAR no Brasil e na Europa. No jogo entre Holanda e República Theca foram necessários 40 segundos para o árbitro definir um lance de impedimento. No Campeonato Brasileiro, um árbitro ficou incríveis 4 minutos para verificar o mesmo tipo de jogada.

CURIOSIDADE DO DIA

  • No dia 30 de julho de 1966, Inglaterra e Alemanha se enfrentaram pela final da Copa do Mundo. Disputada no país britânico, a partida ficou marcada como uma das mais polêmicas da história dos mundiais, por conta do controverso gol de Hurst. Aos 11 minutos da primeira etapa da prorrogação, ele marcou um dos mais discutidos tentos de todos os tempos e abriu caminho para o título mundial da Inglaterra. O camisa 10 inglês recebeu uma bola no campo de ataque, avançou e virou chutando quase na entrada da pequena área. A bola estourou no travessão e se chocou com o chão, próximo à linha do gol. A jogada foi validada pelo árbitro suíço Gottfried Vienst em um dos maiores erros da história do futebol.

Este texto não traduz, necessariamente, a opinião de A Gazeta.

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