A crise da arbitragem brasileira ficou evidenciada na rodada deste final de semana. Aliás, já há algum tempo a Comissão Nacional não revela um novo e grande árbitro. Os mais antigos como Leandro Vuaden, Luiz Flávio de Oliveira, Anderson Daronco e Marcelo de Lima apitam no automático, mais preocupados em receber a taxa de arbitragem do que em aplicar a regra com o rigor necessário. Haja vista que nas cinco últimas Copas do Mundo a arbitragem brasileira foi representada por apenas dois nomes, Carlos Simon, três Copas, e Sandro Meira Ricci, duas Copas seguidas, respectivamente.
Vejam o que aconteceu no jogo entre Grêmio e Corinthians nessa última rodada da Série A do Campeonato Brasileiro. O jogador Diego Souza, do Tricolor Gaúcho, insatisfeito com um cartão amarelo aplicado pelo árbitro mineiro - se é que ainda pode ser chamado de árbitro - Ricardo Marques ao goleiro corintiano Cássio após este cometer uma falta fora da área, simplesmente tomou o cartão da mão do árbitro como forma de protesto.
Mas o pior da cena veio depois. O árbitro, que já havia, segundo relato dele mesmo na súmula, tomado um tapa no braço do volante Maicon, do Grêmio, em vez de expulsar o Diego Souza por esse ato de indisciplina, em uma cena pastelão, tirou outro cartão amarelo do bolso e mostrou ao abusado jogador, não para ao menos adverti-lo, mas para mostrar que tinha outro cartão de reserva no bolso.
Os cartões simbolizam a autoridade do árbitro para uma advertência ou expulsão e quando ele é retirado de sua mão por um jogador sem que esse seja expulso de campo é porque algo muito sério está acontecendo. O que esperar de uma arbitragem que admite isso?
Na verdade, não se podia esperar muito de um árbitro que estava visivelmente mancando em campo, pois veio de uma contusão mal cuidada, além de estar visivelmente acima do peso. Aliás, não é só o mineiro Ricardo Marques que está fora de forma e ultrapassado. Mais da metade do quadro de árbitros brasileiros da Fifa não tem nenhuma condição de usar esse escudo. Assim, a arbitragem brasileira segue bem abaixo da expectativa há alguns anos.
OUTRAS ATUAÇÕES RUINS
Em outro jogo da rodada, na goleada do Flamengo sobre o Santos, apesar do placar elástico e amplo domínio do time carioca, o árbitro Fifa Bráulio da Silva Machado (SC) não teve boa atuação e conseguiu desagradar as duas equipes. Inseguro, com cartões mal aplicados, marcação de pênalti sem convicção e sendo cercado a todo momento por rodinhas de jogadores, também escancarou a fragilidade do quadro de árbitros atual.
No empate em 1 a 1 entre Juventude e São Paulo, mais uma arbitragem muito confusa. O piauiense Antônio Dib se atrapalhou nas marcações das faltas e na aplicação dos cartões, além de ficar mais de cinco minutos para definir um lance de impedimento no VAR. Tempo excessivo que traz muito prejuízo ao andamento do jogo.
CORNETADA DO DIA
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