Em uma rodada de boas arbitragens no Campeonato Brasileiro, o que vem chamando a atenção é o número de simulações por parte dos jogadores em todos os jogos, aliás, só mudou a motivação.
Se há algum tempo a moda era a simulação de pênaltis com os jogadores tentando enganar a arbitragem em lances patéticos e teatrais, agora a moda é simular o recebimento de agressão no rosto, quando, na realidade, na maioria das vezes, nada aconteceu ou o toque recebido é no ombro, ou no peito, mas eles caem com as mãos no rosto tentando induzir o árbitro ao erro.
Para combater a simulação nos pênaltis, a Fifa adotou a punição com cartão amarelo e a expulsão na reincidência. Atualmente, com a orientação de punição rigorosa em faltas cometidas com golpes de mãos na cabeça do adversário, os artistas entraram em cena de novo.
No futebol brasileiro, uma determinação para proteger os jogadores vira uma "esperteza" que depõe contra eles próprios, até porque em tempos de VAR nada vai passar batido e todos serão desmascarados. A grande questão é se isso é fruto de uma cultura falida ou falta de conhecimento de que usar a regra e as normas a seu favor é muito mais proveitoso do que tentar enganar o tempo todo.
Essa situação, junto ao o excesso de reclamações, são uma das causas da queda do nosso futebol no cenário mundial. Não que isso não aconteça na Europa, por exemplo. A diferença é que lá a punição é pesada e a tolerância é zero de verdade.
Copa do Mundo Feminina
A Copa do Mundo Feminina, que teve a seleção da Espanha como campeã, trouxe boas intervenções do VAR, mostrando uma grande evolução no uso do equipamento. A rapidez nas decisões e a pouca margem para polêmica marcaram a atuação do árbitro de vídeo ao longo do Mundial. Outra boa novidade foi que pela primeira vez as árbitras anunciaram para o público — através do sistema de som dos estádios — suas decisões. Isso desmistifica que o árbitro não deve ou não pode se comunicar com a imprensa e com os torcedores e humaniza a figura dos árbitros, até então um personagem sem voz.
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