Árbitro capixaba com maior número de atuações nacionais e internacionais, especializado em gestão esportiva,e que atuou em dez finais do Campeonato Capixaba, além de partidas das séries A, B, C e D do Campeonato Brasileiro.

O VAR ajuda muito, mas os árbitros utilizam muito mal o equipamento

Árbitrou acertou ao expulsar Kayser no jogo entre Athletico-PR e Flamengo, mas após rever o lance no VAR e retirar a expulsão cometeu um erro absurdo

Publicado em 04/11/2021 às 02h00
Momento em que o árbitro retira a expulsão de Renato Kayser
Momento em que o árbitro retira a expulsão de Renato Kayser. Crédito: TV Globo/Reprodução

Fiz uma enquete nas minhas redes sociais perguntando ao torcedor sobre o uso do recurso de árbitro de vídeo no futebol brasileiro. Foram duas perguntas bem diretas: você acha que o uso do VAR ajuda ou atrapalha nos jogos do Campeonato Brasileiro? Você acha que os árbitros estão utilizando bem o VAR? As respostas foram bem claras. O VAR ajuda muito, mas os árbitros utilizam muito mal o equipamento.

Como o torcedor e o leitor da nossa coluna sabem das coisas, aconteceu exatamente isso no jogo entre Atlético-PR e Flamengo no lance da expulsão - que não foi expulsão -, do atacante Kaiser, do Furacão. O fraco árbitro Marielson Alves (BA) expulsou corretamente o jogador por agressão com um soco nas costas do zagueiro Léo Pereira, do Rubro-Negro carioca, quando inexplicavelmente foi chamado pelo VAR e, ao voltar da revisão, mudou a punição de cartão vermelho para cartão amarelo. Confesso que não entendi nada, já que a decisão de campo foi acertada e não havia necessidade do VAR interferir na situação.

Já no jogo entre Cuiabá e Bragantino, outro lance mostra como o VAR pode salvar um árbitro em um erro de desconhecimento de regras. Após a cobrança de um pênalti pelo jogador do Bragantino, a bola bateu na trave e voltou para o mesmo jogador sem tocar em nenhum outro e ele fez o gol. Inexplicavelmente, o árbitro confirmou o gol, mas foi chamado pelo VAR para consertar o erro e marcar tiro livre indireto pelo jogador ter tocado na bola duas vezes sem nenhum outro jogador tocá-la.

Também na vitória do Botafogo contra o Confiança-SE por 1 a 0, o árbitro Sávio Sampaio (DF) marcou pênalti a favor do Botafogo quando a bola tocou no peito do defensor do Confiança dentro da área. Mais uma vez o VAR entrou em ação e dessa vez salvou o árbitro e ajudou muito no resultado final do jogo.

No fechamento da rodada dos jogos atrasados, na vitória do Atlético-MG sobre o Grêmio por 2 a 1, o árbitro paulista Luiz Flávio de Oliveira foi alertado pelo VAR que o defensor do Tricolor gaúcho que estava na barreira tirou a bola com o braço claramente, mas ele não marcou o pênalti. Após a revisão, foi marcada a infração a favor do Galo Mineiro.

A verdade é que o equipamento é muito bom para o jogo, mas os árbitros não sabem utilizá-lo da forma correta e se acovardaram entregando o comando do jogo à máquina. O resultado disso tem sido uma enxurrada de reclamações dos dirigentes, torcedores e principalmente dos jogadores que abusam da falta de educação e esportividade dentro de campo.

JULGAMENTO

Atlético-MG e Flamengo, que estão na luta pelo título do Brasileirão, estarão no banco dos réus do Tribunal de Justiça Desportiva (TJD) na próxima semana. O time mineiro por insultos à arbitragem no jogo contra o Santos no Mineirão, e o Flamengo por canto homofóbico da sua torcida no confronto contra o Grêmio no Maracanã. Nos dois casos a pena mais leve é de multa e a mais pesada suspensão de até seis jogos.

Este texto não traduz, necessariamente, a opinião de A Gazeta.

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