A Comissão de arbitragem da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) divulgou o balanço do número de atuações dos árbitros brasileiros em competições nacionais em 2020. E como se pode confirmar no gráfico, há um desequilíbrio entre as regiões do país neste quesito. As regiões Sul e Sudeste somam juntas mais de 80% das escalas dos árbitros.
A Região Sudeste, aliás, é disparada a que mais tem juízes escalados. Mesmo assim, o que chama a atenção é que o quadro capixaba, na comparação com todos os Estados, fica com uma média de escalas de estados das regiões Norte e Nordeste, que têm números bem menores.
Quando o assunto é o quadro de árbitros brasileiros na FIFA 2021, mais uma vez as regiões Sul e Sudeste se destacam com mais de 70% do quadro e o nosso Estado continua figurando como o patinho feio da turma, sem nenhum representante tanto como árbitro, assistente ou VAR, masculino e feminino. O nosso quadro de árbitros sempre teve dificuldades para se projetar, mas esses números já foram bem melhores, inclusive em jogos decisivos das principais divisões do Campeonato Brasileiro.
Porém, as estatísticas de escalas na Copa do Brasil de dez anos atrás apresentam números que mostram, naquela época, maior prestígio e confiança em nosso quadro. Tínhamos mais nomes de peso e o fato de não termos times nas séries A, B e C nos dava uma neutralidade que abria mais oportunidades para apitar jogos importantes.
Hoje nosso futebol continua na Série D e a arbitragem perdeu protagonismo. Buscando respostas para esta fraca participação de nossos árbitros, verificamos que boa parte disso está na formação técnica muito burocrática que hoje é aplicada. São muitas exigências, desde nível de escolaridade superior até limite de faixa etária, mas se deixam de lado análises de aptidão e, falando de forma mais clara, uma triagem para ver se o candidato a futuro árbitro leva jeito para o negócio.
Características natas como liderança, capacidade de tomada de decisão e autoridade ficaram em segundo plano. Atualmente, se tiver bom preparo físico e uma boa formação acadêmica, logo entregam o apito e os cartões nas mãos do candidato e o jogam em campo - aí a conversa muda e os resultados não aparecem.
Aproveitar as experiências de árbitros veteranos e que viveram grandes jogos em grandes estádios seria uma ótima referência e aprendizado para os calouros. Claro que temos bons árbitros no quadro capixaba e isso só reforça minha impressão de que deveríamos estar melhor colocados nas estatísticas, visto que o nível dos árbitros de outros estados que atuam em quase todas as rodadas não justifica nossa tímida participação nas escalas.
Enquanto isso não acontece, vamos ficar aqui atendendo todos os protocolos nacionais e internacionais, mas aceitando esse nivelamento por baixo sem exigir mais oportunidades e um lugar mais digno para a boa arbitragem capixaba.
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- Cartões: Os cartões amarelo e vermelho estão no futebol há 50 anos. Foram implantados pela primeira vez pela Fifa na Copa do Mundo de 1970, no México. A ideia foi do árbitro inglês Keen Aston para sinalizar as penalidades aplicadas aos jogadores.
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