A arbitragem mundial tenta inovar a cada grande torneio internacional como forma de diminuir as polêmicas, protestos e injustiças nos resultados dos jogos. Sempre temos novidades, especialmente tecnológicas, que buscam esclarecer lances e jogadas que o olho humano não consegue perceber.
Foi assim na Copa do Mundo do Catar e agora nos Jogos Olímpicos de Paris. Impedimento semiautomático, chip na bola, câmeras de última geração auxiliando a cabine do VAR e por aí vai. Isso tudo não impede que ocorram os erros dos árbitros, que até agora ainda são humanos, mas corrigem possíveis distorções no resultado dos jogos.
Entre as novidades que chamam a atenção está atualmente o longo tempo de acréscimos aplicados pelos árbitros nessas duas competições. Nos jogos de Paris, vimos a plaquinha subir com quinze e até dezessete minutos, o que se levarmos ao pé da letra da regra, está correto, pois o tempo perdido em uma partida de futebol gira em torno disso mesmo.
Todas essas novidades só não conseguiram ainda superar a passionalidade e o teatro do futebol brasileiro onde se pega muito pesado com os árbitros. Aqui se reclama de tudo. Se o meu time está perdendo o jogo, o tempo de acréscimo foi pouco, mas se está vencendo, aí foi um exagero da arbitragem.
E isso não está só nos torcedores. Treinadores, jogadores e dirigentes agem da mesma forma. Se o Abel Ferreira reclamar, o Renato Gaúcho também vai reclamar para fazer pressão e não ficar para trás. Se o presidente do Botafogo joga no ar que há um esquema de manipulação de resultados, os demais logo se manifestam dizendo que o Botafogo está sendo beneficiado pelo blefe do presidente.
E esse teatro tomou conta do nosso futebol em entrevistas após as partidas, principalmente quando o placar não é favorável a determinado time. Falam de tudo, até que a linha traçada pelo VAR está torta chegaram a afirmar, inclusive chegamos ao cúmulo de uma CPI de manipulação de resultados que não deu em nada e nem vai dar, ficou tudo na esfera da acusação sem provas, bem típico do nosso futebol, o famoso chororô.
A conclusão é que a falta de profissionalismo e respeito às regras que impera no futebol brasileiro há décadas, tem levado não só a falta de resultados, mas também e principalmente a falta de credibilidade de um futebol que já foi o melhor do mundo um dia.
Por aqui tem muita esperteza e transferência de responsabilidades, e nisso não há tecnologia que dê jeito. A culpa é sempre do outro.
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