Na abertura da temporada do futebol 2025, conversamos com o ex-árbitro Marcos André Gomes, atual presidente da comissão de arbitragem da Federação Capixaba de Futebol, sobre as expectativas para este ano. Marcos, que vem fazendo um ótimo trabalho à frente da comissão, deu um panorama de como estão os trabalhos visando melhores resultados dos nossos árbitros nos cenários nacional e internacional, além de falar da estrutura de trabalho oferecida pela Federação de FES. Confira a entrevista:
Qual o balanço da arbitragem capixaba no ano passado e as expectativas e preparação para 2025?
- 2024 fica marcado como o ano de maior projeção da arbitragem capixaba no cenário nacional, em todos os tempos. Se contarmos ainda com 2023, conseguimos solidificar três árbitros capixabas na série A do campeonato brasileiro, além de um assistente; considerando a série B nacional, este número amplia para cinco assistentes. Isso é fruto de muito trabalho, comprometimento e, acima de tudo, investimento por parte da Federação de Futebol do ES. Em 2024 tivemos o árbitro com maior número de jogos (22) de todo o campeonato brasileiro série A (Davi Lacerda). Para 2025, desejamos que outros árbitros possam avançar ainda mais em suas carreiras. Trabalhamos arduamente para terem o suporte necessário ao desenvolvimento de cada um, fazendo com que a arbitragem cresça de maneira homogênea. Além disso, para o campeonato estadual, nossa maior expectativa é com o uso da ferramenta VAR. Será um grande desafio, haja vista que é o primeiro contato dos nossos árbitros com essa tecnologia. Mas confiamos na capacidade de cada um, especialmente após 6 dias intensos de trabalho integral, que ocorreu em dezembro do ano passado. Cabe ainda ressaltar que a Federação de Futebol investiu no projeto VAR (capacitação, treinamento e aquisição de equipamentos) valores que superam meio milhão de reais. Nunca na história da arbitragem capixaba houve tanto aporte desse tipo, melhorando, exponencialmente, as condições de trabalho.
Quantos árbitros capixabas temos na CBF e quantos estão sendo preparados para o quadro nacional?
- Atualmente o quadro local é dividido entre masculino e feminino. Entre os homens temos sete árbitros e nove assistentes. Já com as mulheres, somamos uma árbitra e duas assistentes. Para se ter uma ideia, levando-se em consideração todo o quadro de árbitros aptos para os jogos profissionais, a média de idade está abaixo de 30 anos. Isso é fruto de uma renovação realizada com cautela, porém necessária. Todos os anos são indicados árbitros e assistentes aspirantes ao quadro nacional, de acordo com o desempenho ao longo das competições realizadas pela FES. Graças à constante realização de curso de formação de árbitros da Escola de Árbitros Gabino Rios, essa oxigenação é contínua.
Há expectativa de novos cursos de arbitragem para esse ano?
- Todos os anos realizamos curso de formação de árbitros. Para 2025, a expectativa é que comece entre março e abril. Recentemente, apresentamos uma palestra sobre a carreira de árbitros de futebol em duas universidades, contando com a presença de mais de 250 alunos universitários, a maioria do curso de Educação Física. É algo que já nos trouxe bons frutos, entre eles o árbitro Arthur Rebelo, que na oportunidade se interessou pela carreira, fez o curso e hoje atua na série A do Brasileirão.
Existe algum projeto específico de estímulo para a arbitragem feminina na Federação Capixaba?
- A Federação de Futebol almeja ampliar cada vez mais a participação das mulheres em nossos campeonatos. Há uma turma de formação em andamento com cinco mulheres compondo o quadro de alunos. Nossa expectativa é que elas possam prosseguir na carreira e terem o mesmo sucesso que as árbitras atuais alcançaram. Lembrando que até hoje, entre homens e mulheres, somente Katiuscia Mendonça chegou ao quadro internacional (FIFA).
Em tempos de tecnologia e modernização na preparação física, qual a estrutura oferecida aos árbitros capixabas atualmente?
- A partir desse ano, os árbitros passam a ter quatro dias de treinamentos disponíveis, com a presença de dois profissionais de educação física disponibilizados pela Federação de Futebol do ES. Além da parte física, um desses dias é destinado ao treinamento técnico prático, especialmente voltado para desenvolvimento de valência inerentes à leitura e posicionamento. Treinamento prático no campo de jogo (com a presença de instrutores) é o que faz cada um identificar os pontos a melhorar. Por fim, longo da temporada, os árbitros são submetidos a avaliações físicas e antropométricas, como forma de mantermos um alto nível de desempenho físico.
A coluna estará por aqui todas as segundas-feiras, sempre “Em Cima do Lance”!
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