O quesito "Fantasia" pode decidir quem fica e quem cai do Grupo A do Carnaval de Vitória. Algumas escolas apresentaram inconformidade entre a proposta apresentada em seus roteiros de desfiles e a execução que vestiu os componentes na avenida; além de fantasias incompletas dentro de uma mesma ala ou carro alegórico. Outro caso — clássico, mas errado —foi o de componentes de ala que desfilaram nos carros alegóricos para tapar buracos nos "queijos", onde ficam as composições.
Na Imperatriz do Forte, um grupo de Ticumbi que veio do Norte do Espírito Santo foi impedido de desfilar porque não estava com as vestimentas adequadas para o desfile. Os diretores da agremiação comunicaram aos componentes do grupo que deveriam vir com as vestimentas típicas, que compreendem, entre outros adereços, roupas brancas, fitas e flores. Porém, ao chegar aqui, os componentes estavam vestidos com fantasias de blocos — com asinhas de fadas, por exemplo, não com as vestimentas tradicionais. Se, mesmo assim, fosse permitido que eles adentrassem à avenida descaracterizados, a escola poderia ser penalizada tanto no quesito "Fantasia" quanto no quesito "Enredo".
Em termos de penalidades, o caso mais grave aconteceu na Chega Mais, que encomendou parte das fantasias no Rio de Janeiro e as unidades não chegaram a tempo para o desfile. Havia alas desfilando apenas com um acessório — cabeça ou gola — por cima de roupas comuns. Mas a cena mais latente foi da bateria da agremiação do Morro do Quadro, que desfilou sem nenhuma fantasia. Todos os componentes estavam vestidos com roupas comuns ou, em poucos casos, com camisetas da escola.
Uma pena para uma escola que tinha destaques muito luxuosos, que contrastavam com as (ou com a falta das) fantasias das alas e nos acabamentos de carros alegóricos, que deixaram a desejar.
Não tão distante, Mocidade da Praia e Barreiros também desfilaram com alegorias que pecavam no acabamento. Na escola da Praia do Canto, destaque para a impecável bateria, que deve alcançar boas notas.
Outro ponto a se chamar atenção é o fato de que algumas escolas compraram fantasias de alas prontas de escolas do Rio de Janeiro e intercalaram essas alas com alas de fantasias que foram feitas com menor riqueza de detalhes. Para o jurado, a discrepância visual ou a não adequação da proposta com o visual podem ser motivos de penalização.
No mais, é o que eu sempre digo: julgamentos como feio, bonito, cafona e fashion podem não ser avaliados pelos jurados. O que é obrigatório é atender à adequação ao enredo e à descrição fornecida pela escola em seu roteiro — documento sobre o desfile que é entregue aos jurados. Claro que o acabamento não pode ficar de fora nos quesitos plásticos. De resto, é consideração de cada julgador.
Atrasos
Os atrasos também podem ser um empecilho entre a alçada de uma escola do Grupo A ao Grupo Especial. Pega no Samba e São Torquato, duas apontadas entre as favoritas, devem ser penalizadas. O tempo máximo de desfiles é de 55 minutos, e cada minuto ou fração de minuto acima disso leva a escola a ser penalizada em menos 0,1.
A comunidade da Consolação desfilou com um tempo de 57:37 e a águia de Vila Velha com 57:07. Como ambas excederam dois minutos completos e mais uma fração do terceiro minuto, cada uma pode perder até 0,3 na apuração, que acontece na próxima quarta-feira (15), à tarde.
Atualização
15 de fevereiro de 2023 às 14:41
Após a publicação da coluna, no dia 14 de fevereiro, o grupo de Ticumbi Baile de Congo de São Benedito emitiu uma Nota de Repúdio sobre o tratamento que receberam da Imperatriz do Forte, dizendo que não receberam alimentação, cachê e fantasias da escola para o desfile. No dia seguinte, 15 de fevereiro, a escola emitiu uma Nota assumindo o erro e pedindo desculpas pelo tratamento dado ao Ticumbi.
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