Estúdio Gazeta
Escola Monteiro
A sala de aula pode ser um lugar que liberta, estimula a criatividade e forma sujeitos mais autônomos, inovadores e felizes. Essa crença tem norteado a atuação da Escola Monteiro há mais de 50 anos e se materializa nas estratégias criadas para dar ao aluno protagonismo no processo de ensino-aprendizagem.
Assembleias regulares para ouvir os alunos sobre a vida escolar, eventos como a Feira Integrada, metodologia baseada em projetos, cultura maker, entre outros, são só alguns exemplos práticos dessa premissa.
Mas há também momentos em que essa proposta se manifesta por meio do desenvolvimento de atividades lúdicas, de integração, lazer e relaxamento, para além do conteúdo didático e da rotina escolar. É o caso da Tarde de Talentos e do Barulho, dois eventos já tradicionais na Escola Monteiro e muito esperados pelos alunos.
Realizada este ano ao longo de quatro dias no horário regular da escola, a Tarde de Talentos dá a todos os alunos, do 1º ao 5º ano do ensino fundamental, a oportunidade de apresentar seus talentos e habilidades diante de uma plateia formada pelos colegas da sua turma e de todas as demais outras séries.
De acordo com a coordenadora do ensino fundamental 1 da Monteiro, Juliana Poltronieri, tem de tudo um pouco. “Alunos que tocam instrumentos, que cantam, que dançam, que andam de patins, desenham. Alguns se apresentam sozinhos, mas também é possível formar grupos. Todos podem se inscrever. Teve um aluno que pintou um quadro, outros fizeram apresentações de mágica em grupo. Um deles criou um talk show muito legal. Ele levantou os temas que cada série estava estudando e fez perguntas para a plateia. Todo mundo adorou, foi superinterativo. Fez tanto sucesso que acabei perguntando se ele queria me ajudar a conduzir o último dia de apresentações. Disse que ele dava conta e ele encarou, se saiu muito bem e ficou feliz com o resultado”, contou.
Autor do talk show , o aluno Pedro Reis, do 5º ano, confirma que participar tão ativamente da Tarde de Talentos foi uma experiência muito legal.
“Eu adoro fazer perguntas para as pessoas. Sempre faço quiz para meus amigos que gostam de futebol. Aí meu pai me deu ideia de conversar com as professoras de cada série para ver o que os alunos estavam estudando e eu decidi fazer o talk show. Fiquei muito feliz porque todo mundo gostou e, ao terminar, minha sensação foi de leveza porque eu estava muito nervoso antes. Quando Juliana me chamou para apresentar os colegas no último dia, eu fiquei surpreso, mas gostei muito. Tinha muita gente legal”, conta.
A coordenadora ressalta que são momentos muito alegres e divertidos, mas não apenas isso. “A Tarde de Talentos se integra ao nosso objetivo de contribuir na formação desse aluno, desenvolvendo valores importantes na sua relação consigo mesmo, como autoconfiança, autoestima, segurança, autonomia, protagonismo, como também na sua forma de lidar com o outro, como respeito à diferença e à individualidade, escuta, integração, entre outros”, ressaltou.
Leia mais: Na Monteiro, é possível aprender sem deixar de ser criança.
No Barulho, o formato é outro, mas o objetivo segue o mesmo. Numa noite de sexta-feira, a escola realiza uma espécie de festival, com direito à divulgação prévia do line up, destinado apenas aos adolescentes e seus professores, que também podem se apresentar com bandas já existentes ou formadas especialmente para o evento.
“Os alunos adoram e ficam ansiosos pelo Barulho. É um momento deles, em que reforçamos o quanto são importantes e o quanto podem e devem ser protagonistas de suas histórias, em todos os momentos”, considera Penha Tótola.
Alice Polese de Carvalho, da segunda série do ensino médio, se envolve no projeto desde o início, criando os cartazes na aula de artes e identificando as atrações musicais para sugerir playlists.
“Esse ano, fizemos vários cartazes com réplicas de capas de álbuns de Rita Lee e Led Zeppelin, por exemplo. Nossa turma também estava ligada nas atrações para poder participar, ensaiando as músicas e sugerindo outras. Acho o Barulho uma iniciativa que tem a cara da Monteiro, que consegue integrar arte, cultura e educação”, afirma.
O estudante tem mais liberdade para buscar informações, fazer pesquisas, contribuir com os colegas e construir o seu conhecimento. Ao se tornar protagonista da própria educação, ele se torna mais independente e responsável com o aprendizado.
Trocar ideias, ouvir outros pontos de vista, construir a própria forma de pensar e interagir com mundo, com respeito ao outro, é parte do processo de ensino-aprendizagem. A escuta e o debate contribuem para internalizar o conhecimento adquirido.
Aulas em que só o professor fala são menos atrativas, o que desestimula a aprendizagem e dificulta a atenção e o foco. Dinamismo, participação e interatividade contribuem nos bons resultados no aprender.
É importante que os alunos aprendam a “pensar fora da caixa”, trazendo suas próprias ideias, fazendo ponderações, trabalhando em suas dúvidas e percebendo como o conhecimento teórico é relevante na prática.
A aprendizagem colaborativa permite o compartilhamento de ideias, estimula o convívio em grupo e ensina os alunos a respeitarem uns aos outros.
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