O mercado financeiro é um ambiente de muita volatilidade e incerteza, mas também de grandes oportunidades. No entanto, a maneira como os investidores reagem a essa volatilidade em busca de ganhos financeiros pode ser significativamente diferente, especialmente em mercados como o brasileiro, em que a maturidade financeira ainda está em desenvolvimento.
A volatilidade no mercado financeiro refere-se à intensidade e à frequência das variações nos preços dos ativos, como ações, títulos de renda fixa e commodities, ao longo do tempo. Ela é uma medida de risco e incerteza, indicando o grau de imprevisibilidade dos movimentos dos preços.
Altos níveis de volatilidade significam grandes e rápidas flutuações nos preços, enquanto baixos níveis indicam movimentos mais estáveis e graduais.
A volatilidade pode ser causada por diversos fatores, incluindo mudanças econômicas, decisões políticas, eventos globais e alterações nas expectativas dos investidores. Em essência, ela representa o nível de nervosismo ou tranquilidade dos mercados. É um componente crucial na avaliação de risco e na tomada de decisões de investimento.
Os investidores brasileiros usualmente têm reações mais emocionais e menos racionais diante dessas volatilidades. Esse comportamento está diretamente relacionado ao fato do nosso mercado financeiro ainda ser considerado imaturo em comparação com mercados mais desenvolvidos, muito por conta da baixa diversidade de instrumentos financeiros disponíveis, na baixa cultura de investimento entre a população em geral e por ser um país emergente com taxas de juros mais altas.
Os juros altos no país fazem com que a maioria dos investidores busque por segurança nos grandes bancos e se acomode nos produtos de investimento mais conservadores, que rentabilizam dia a dia, crescendo pouco e quase sem volatilidade, dando a falsa sensação de investimentos rentáveis.
O sentimento de segurança dos investidores está fortemente associado aos produtos de investimentos bancários tradicionais, como poupança, CDBs e fundos de renda fixa. Mas existem produtos com mais chances de retornos atrativos no longo prazo, como o mercado de ações. Muitas vezes, por falta de familiaridade com a volatilidade alguns ficam desconfortáveis e inseguros quando confrontados com flutuações mais acentuadas. Esse comportamento reflete uma aversão ao risco típica de mercados emergentes. A memória de crises econômicas passadas e a instabilidade política tornam a segurança prioridade para os investidores e, consequentemente, retornos mais baixos dos investimentos.
Esses padrões de comportamento são chamados de vieses comportamentais na psicologia financeira. A aversão à perda e o efeito manada são exemplos de vieses muito comuns entre os investidores brasileiros. A aversão à perda faz com que os investidores tenham uma reação exagerada a quedas de mercado, muitas vezes vendendo ativos em momentos inoportunos para evitar perdas maiores. O efeito manada, por sua vez, leva os investidores a seguirem as ações de outros, independentemente de uma análise racional, amplificando movimentos de alta ou de baixa no mercado.
A falta de controle emocional frente à volatilidade do mercado é um reflexo de diversos fatores, incluindo a imaturidade do mercado brasileiro, falta de conhecimento mais profundo dos investimentos financeiros e os vieses comportamentais do ser humano. Entender esses aspectos é crucial para desenvolver estratégias de investimento mais eficientes e para ajudar os investidores a lidar melhor com as flutuações do mercado, aproveitando as oportunidades que surgem em tempos de incerteza. Ter um profissional de confiança que atua no mercado é de grande importância para auxiliar nas tomadas de decisão e na gestão dos recursos financeiros.
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