Formado em engenharia civil pela Ufes, pós-graduado em Finanças pelo IBMEC-MG e com mestrado em Administração pela Fucape, geriu o clube de investimentos Investvix entre 2011 e 2015. É assessor de Investimentos na Valor Investimentos desde 2016

Bolsa sobe em dois meses o que a renda fixa entregou em um ano

O desempenho do Ibovespa evidencia a dificuldade de se fazer o chamado market timing, ou seja, tentar prever o melhor momento para comprar ou vender ações

Publicado em 19/08/2024 às 12h45
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Nos últimos dois anos, entre julho de 2022 e julho de 2024, o Ibovespa valorizou aproximadamente 23%, versus 14 meses de alta contra 10 meses de queda. Crédito: Shutterstock

As últimas semanas trouxeram alívio para os investidores do mercado de ações brasileiro. O Ibovespa, principal índice do nosso mercado acionário, acumula alta superior a 12% desde 17 de junho, enquanto o retorno do CDI (principal referencial da renda fixa) foi de 11,5% nos últimos 12 meses. Esse desempenho do Ibovespa evidencia a dificuldade de se fazer o chamado market timing, ou seja, tentar prever o melhor momento para comprar ou vender ações. De um momento para outro, um indicador mais favorável pode alterar o fluxo de capital e provocar uma forte alta no mercado.

Fatores que impulsionaram a alta

A recente valorização do Ibovespa é resultado de uma combinação de fatores: as perspectivas de cortes nas taxas de juros nos Estados Unidos a partir de setembro, a redução do ruído político com o fim das tensões entre o Presidente Lula e o Presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, e a disposição do Governo em cortar gastos. Além disso, o mercado estava tecnicamente "leve", com poucos investidores posicionados em ações brasileiras, o que fez com que qualquer novo fluxo de recursos elevasse rapidamente os preços das ações.

Outro fator positivo foi a divulgação dos balanços do segundo trimestre das empresas listadas, que em geral apresentaram crescimento nos lucros, melhora nas margens e redução do endividamento, indicando que as companhias estão saudáveis, lucrativas e ainda negociadas a preços atrativos.

A Volatilidade e o Investidor

Apesar do bom desempenho recente, a vida do investidor em ações não tem sido fácil. Nos últimos dois anos, entre julho de 2022 e julho de 2024, o Ibovespa valorizou aproximadamente 23%, mas foram 14 meses de alta contra 10 meses de queda. No primeiro semestre de 2024, por exemplo, o índice acumulou uma queda de quase 7%, apenas para se recuperar nas últimas semanas. Essa volatilidade frequente gera insegurança entre os investidores, afastando muitos do mercado de renda variável.

O Prêmio de risco na renda variável

Com as taxas de juros elevadas, muitos investidores se sentem mais confortáveis na renda fixa. Contudo, a longo prazo, as ações de boas empresas oferecem um prêmio de risco que pode gerar retornos significativos. Enquanto o CDI entregou 11,5% nos últimos 12 meses, o conjunto de ações de "utilidades públicas", que inclui setores como energia, telecomunicações, saneamento, rodovias, ferrovias e portos, entregou mais de 21% no mesmo período. E isso em um contexto em que a maioria dos investidores estava evitando a renda variável e se concentrando na renda fixa.

Diversificação e Perfil de Risco

Se você tem um perfil conservador e não tolera volatilidade, a renda fixa no Brasil oferece bons retornos. No entanto, se você está disposto a aceitar alguma volatilidade, a diversificação é fundamental. Investir em uma combinação de ações de qualidade, tanto no Brasil quanto no exterior, pode proporcionar retornos adicionais interessantes a longo prazo. A história mostra que assumir riscos controlados pode ser recompensador em termos de rentabilidade no seu portfólio de investimentos.

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