Os dados recentes de inflação e de atividade econômica injetaram ânimo nos investidores, fazendo com que a bolsa engrenasse uma boa alta dos últimos dias de março para cá. Há ações com ganhos acumulados de quase 100%, como as da companhia área Azul, que vem se beneficiando de um dólar mais fraco e do preço do petróleo mais baixo, o que reduz seus custos, permitindo margens de lucros maiores.
Dado o forte rally, muitos devem estar se perguntando: será que ainda vale a pena entrar? A minha honesta resposta é: sim! Com certeza, vale a pena ter ações de companhias com boas perspectivas no longo prazo. Ser sócio de um bom negócio é sempre bom! No entanto, a compra de ações deve ser efetuada de forma planejada. E o ideal é que o investidor faça isso de forma regular, todos os meses, ou todos os trimestres, evitando, assim, a volatilidade normal do mercado e garantindo um bom preço médio na sua carteira.
Nas colunas dos dias 27 de março e 10 de abril, falei um pouco sobre a oportunidade que se fazia presente na Bolsa brasileira, com o início de um ciclo positivo para as ações que a queda na taxa Selic deveria propiciar. E já temos os preços reagindo positivamente ao evento, visto que, na Bolsa, o que manda são as expectativas, e o mercado normalmente se antecipa — seja para alta, seja para baixa —, porém o que vemos até aqui é apenas o início do ciclo, que deve se prolongar enquanto o Banco Central seguir cortando juros.
É claro que realizações intermediárias vão acontecer. Nada impede que você compre uma ação ou mesmo um fundo imobiliário hoje e, amanhã, se inicie um período de algumas semanas de correção. É impossível prever esses movimentos de curto prazo, como foi impossível prever que, no fim de março, teríamos um fundo e uma valorização expressiva logo em seguida. Por isso, entradas parciais são indicadas e nada de “all in”, ou seja, de colocar todas as fichas de uma vez só e em uma única ação.
No longo prazo, o preço das ações sempre seguirá os lucros das companhias. Se estes crescem, os preços sobem, e isso independe do cenário econômico ou político do Brasil. O lucro é o que importa, tenha sempre isso em mente! No curto prazo, estamos sujeitos aos ruídos do noticiário que trazem volatilidade às cotações e que, se, por um lado, nos trazem desconforto, também nos trazem oportunidades de comprar bons ativos a bons preços.
Na Bolsa, temos as maiores e melhores companhias à nossa disposição, muitas com projetos de crescimento e vantagens competitivas que lhes permitem lucros mesmo com o nosso PIB estagnado. Logo, não se deixe tomar pelo pessimismo que muitas vezes parece ser permanente sobre nossa economia. A longo prazo, ter ações faz muito sentido, principalmente se adquiridas no início dos ciclos de alta.
Ao montar seu portfólio, busque a ajuda de profissionais. Os analistas de valores imobiliários estudam as companhias e emitem relatórios, indicando a compra ou não de uma ação com base nas suas perspectivas futuras. Comprar a bons preços é tão importante quanto comprar uma boa empresa; logo não subestime o processo de escolha e decisão, busque ajuda.
Muitas vezes, um fundo de ações pode ser sua melhor escolha ou a carteira indicada de alguma casa de análises. Estude, pesquise e faça sua melhor escolha. Se o futuro repetir o passado, a alta está apenas no início e, provavelmente, os retornos das ações superarão o da renda fixa no próximo ano.
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