Formado em engenharia civil pela Ufes, pós-graduado em Finanças pelo IBMEC-MG e com mestrado em Administração pela Fucape, geriu o clube de investimentos Investvix entre 2011 e 2015. É assessor de Investimentos na Valor Investimentos desde 2016

Bolsa surpreende e sobe forte em janeiro; entenda motivos

Contrariando as expectativas, o Ibovespa registrou uma valorização expressiva de quase 5% no mês. Veja o que levou a esse otimismo repentino

Bolsa de Valores, investimentos
Bolsa de Valores, investimentos. Crédito: Reprodução

O ano de 2025 começou com um cenário desafiador para o mercado financeiro brasileiro. Muitos investidores iniciaram o ano preocupados com a conjuntura econômica interna, acreditando que a Bolsa de Valores seguiria pressionada. No entanto, contrariando as expectativas, o Ibovespa registrou uma valorização expressiva de quase 5% no mês de janeiro. Esse movimento inesperado reforça uma velha lição: os mercados financeiros são repletos de variáveis ocultas e, dificilmente, seguem um roteiro previsível.

O que levou a esse otimismo repentino? Na minha opinião, o fator externo. A posse de Donald Trump nos Estados Unidos trouxe um alívio momentâneo aos mercados, pois boa parte dos receios já estava precificada. Além disso, pesquisas de opinião no Brasil indicaram uma queda na popularidade do presidente Lula e um aumento na probabilidade de alternância de poder em futuras eleições, o que tradicionalmente gera expectativas positivas entre investidores. Mas foi um fator inesperado que pode ter sido o verdadeiro motor dessa alta: a inteligência artificial chinesa Deep Seek.

A ascensão da tecnologia chinesa mostrou ao mundo que a corrida pela inteligência artificial pode ser menos dependente das big techs americanas e menos custosa do que muitos imaginavam. Isso reequilibrou os fluxos globais de capital, redirecionando recursos para outros mercados, incluindo países emergentes como o Brasil. A Bolsa brasileira, que estava tecnicamente "leve", com poucos investidores posicionados, foi impulsionada por esse movimento global de realocação de investimentos, um “suspiro” do investidor estrangeiro trouxe força suficiente para o bom resultado de janeiro.

O que podemos aprender com isso? Em primeiro lugar, tentar prever o mercado no curto prazo é uma tarefa ingrata. Muitos estavam pessimistas no início do ano, e ainda assim o mercado surpreendeu positivamente. Esse é um lembrete de que a melhor estratégia para o investidor não é tentar acertar o momento exato de entrada e saída, mas sim manter uma carteira diversificada e focada no longo prazo.

A disciplina é essencial. Investidores que mantêm aportes regulares e evitam decisões baseadas em emoções tendem a colher bons frutos ao longo dos anos. Esse episódio de janeiro reforça que grandes movimentos de alta podem acontecer quando menos se espera, e estar posicionado no mercado no momento certo faz toda a diferença.

O investimento em ações exige paciência e visão estratégica. Para quem pensa no longo prazo, construir um portfólio equilibrado e manter o foco nos fundamentos das empresas tende a ser mais eficiente do que reagir a eventos de curto prazo. Afinal, como janeiro mostrou, o mercado financeiro sempre encontra maneiras de surpreender seus participantes.

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