Assim como a maioria dos brasileiros da minha geração, estou preocupado com qual será minha renda quando a aposentadoria chegar. Infelizmente, não é mais possível confiar integralmente no INSS, o que me levou a tomar a iniciativa de criar uma poupança previdenciária pessoal. Para isso, venho aplicando meus recursos em fundos imobiliários e ações, com o objetivo de auferir uma renda estável em alguns anos.
Decidi, então, realizar uma simulação prática do que teria acontecido se, no início de 2010, eu tivesse investido R$ 100.000 em uma carteira de 10 ações. As escolhas foram feitas aleatoriamente, baseadas apenas na minha memória do que seria um portfólio de dividendos naquela época. As empresas escolhidas incluíram o Banco do Brasil, Itaú, Porto Seguro, Egie, Transmissão Paulista, Cemig, Sanepar, Klabin, Gerdau Metalúrgica e Cyrela. A fonte foi a base de dados Economática.
Os resultados dessa simulação foram surpreendentes. O dividendo total no ano de 2010 foi de apenas R$ 2.305, o que representou um dividend yield de apenas 2,3% sobre o capital inicial. Parecia uma quantia irrisória na época, mas à medida que o tempo passou e com o reinvestimento desses dividendos em novas ações, o poder dos juros compostos e o crescimento dos lucros das empresas entraram em ação. Em dezembro de 2022, o total de dividendos acumulados em 1 ano atingiu a marca de R$ 11.277.
Isso significa que, em 12 anos, o montante pago pelas empresas aumentou quase cinco vezes, resultando em uma taxa composta de crescimento de 14,6% ao ano. Considerando que essa tendência continue no futuro, poderíamos ter uma renda 7,75 vezes maior que a inicial em 15 anos, 15,3 vezes maior em 20 anos e mais de 30 vezes maior em 25 anos. Ou seja, um investimento inicial de R$ 100.000 poderia gerar uma renda anual de R$ 70.000 em 25 anos, sem a necessidade de depósitos adicionais ao longo do período, apenas com o reinvestimento dos dividendos.
O que me empolga tanto nesses resultados? Existem três motivos principais. O primeiro é que escolhi uma carteira de ações de forma aleatória, sem estudar o potencial das empresas ou otimizar o portfólio ao longo do tempo. O segundo motivo é que passamos por uma das piores recessões da história e por uma pandemia durante esse período, o que torna esses resultados ainda mais impressionantes. Por fim, atualmente é possível montar uma carteira de dividendos com um dividend yield muito superior aos 2,3% iniciais, chegando a 7% ou 8%, o que torna a oportunidade ainda mais atraente.
Se você ainda não tem um plano para sua aposentadoria, saiba que o momento para começar já passou, e a hora de montar uma carteira de dividendos sólidos é agora. Planeje seu futuro financeiro com sabedoria e colha os benefícios de investir no longo prazo. Eu mesmo hoje avalio o cenário e lamento. Por que eu não comecei mais cedo a colocar essa estratégia em prática?
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