Nas últimas semanas, preparei alguns estudos para clientes em busca de uma carteira de ações e fundos imobiliários, com foco em renda através dos dividendos e os resultados foram muito interessantes. Como disse em colunas anteriores, o momento é único para se iniciar um portfólio de longo prazo, os dividend yields estão nos maiores patamares deste século nas companhias listadas na B3.
Primeiro é preciso esclarecer que o dividendo em si é apenas a entrega pela empresa de parte do seu lucro acumulado para seus acionistas, ou seja, o evento da distribuição de dividendos não gera valor, visto que este é apenas transmitido da conta corrente da empresa para a conta corrente de seus acionistas. Logo nada de comprar uma ação porque na semana que vem haverá um pagamento de dividendos, para depois vendê-la em seguida. Isso não dará a você ganhos, visto que a Bolsa automaticamente corrige o valor distribuído na cotação da ação e essa soma é zero.
No entanto, olhando o longo prazo, faz sentido você ter uma carteira de ações com foco em renda, com empresas com bom potencial de pagamento de dividendos, visto que, se a empresa hoje entrega parte de seus lucros para você, numa soma zero, amanhã ela continuará operando e gerando mais lucros, que serão acumulados e novamente distribuídos, gerando um ciclo positivo de criação de valor. Veja que é fundamental que a companhia não apenas gere lucros, mas que estes sejam crescentes.
Uma vez que você receba os dividendos é fundamental que, no período de acumulação, você os reinvista comprando novas ações e gerando o efeito de juros compostos, que, nesse caso, é duplicado; primeiramente, pelo seu reinvestimento e, segundo, pelo crescimento de lucros que as companhias da sua carteira apresentarão;
Veja a tabela com um exemplo hipotético de um portfólio com crescimento médio de lucros de 12% a.a. para um capital inicial de R$ 100.000,00
Consideramos, no exemplo, acima que as companhias da carteira distribuem 50% dos seus lucros e retêm os outros 50% para reinvestimentos em suas atividades. Adotamos também que o preço da ação acompanhará o crescimento dos lucros.
Os resultados são animadores. A quantidade de ações em 10 anos aumentou em 72,6% apenas com o reinvestimento dos dividendos, e o valor recebido anualmente quase multiplicou por 5.
Você pode estar se perguntando: mas é viável considerar que os lucros vão crescer 12% a.a.? Eu não escolhi esse número por acaso. Tomando uma seleção de 60 companhias com perfil para uma carteira de dividendos, na base de dados Economática, levantei o lucro por ação ao fim de 2022 e de 2017, calculei média e mediana.
Os resultados: na média, o crescimento dos lucros nos últimos 5 anos foi de 21% a.a.; já na mediana, de 12% a.a. Optei pelo menor para o nosso exemplo, ou seja, é perfeitamente viável se ter uma carteira com ações de companhias que entreguem 12% a.a. de crescimento de lucros em média.
O grande ponto aqui é: o resultado não vem da noite para o dia, é preciso tempo de disciplina para colhê-los. Aportes mensais turbinarão ainda mais os resultados e garantirão para você, em alguns anos, uma renda suficiente para honrar suas despesas mensais e alcançar a sua independência financeira.
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