Muitos investidores que iniciaram seus aportes em ações nos últimos anos estão passando por momentos de angústia, afinal, poderiam estar aplicados em renda fixa, ganhando 13,75% a.a. Enquanto o retorno da maioria das ações segue negativa em suas carteiras, fica o dilema: assumir o prejuízo e resgatar ou esperar a Bolsa se recuperar?
Pensando nisso, preparei o estudo abaixo, levantando o que aconteceu quando, ainda no governo Temer, o Copom (Comitê de Política Monetária) decidiu por iniciar o último ciclo de queda da taxa Selic. Esse ciclo levou a taxa de juros de 14,25% a.a. para 6,5% a.a. e durou 18 meses, conforme pode-se visualizar no gráfico abaixo:
Optei por fazer o levantamento até o patamar dos 8% a.a., pois pensar em 6,5% a.a. de novo seria otimista demais, dado o cenário político em que vivemos. É provável também que o próximo ciclo seja mais lento do que o anterior.
Veja na tabela abaixo que o Ibovespa se valorizou no período de um ano (tempo que a Selic levou para chegar em 8,25%a.a.) 27,8% e o índice de Smallcaps (empresas menores), 41,7%. Ou seja, foram valorizações superiores ao dobro do que paga a renda fixa hoje.
Fiz também um levantamento das ações “campeãs”, aquelas mais líquidas e que mais valorizaram nesse período. Vocês podem ver, na tabela a seguir, que tivemos ganhos expressivos:
É importante lembrar que não tivemos nenhum vento anormal positivo neste período sobre a economia. Em 2016, ainda tivemos o resto da recessão iniciada em 2015 e, em 2017, o PIB brasileiro cresceu apenas 1%, ou seja, as valorizações foram mesmo em função da queda das taxas de juros e do crescimento dos lucros das companhias.
No entanto, preciso deixar aqui um disclaimer bem claro: o que aconteceu no passado não é garantia nenhuma do que acontecerá no futuro, apenas nos dá um elemento de estudos para nossas tomadas de decisões. Não tome de jeito nenhum a lista de 10 ações acima como se fosse uma carteira indicada para o momento em que o Copom começar a cortar a taxa Selic nos próximos meses. Procure se informar, consultar bons analistas de ações, para montar uma carteira mais compatível com o momento atual, não só da economia, mas das próprias empresas.
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