Você conhece o temo “underconsumption core” ou “estética do subconsumo”? Incentivar o minimalismo está na moda. O que carrega essa moda? Sempre é necessário nos questionarmos, por melhor que sejam as tendências e termos.
O consumismo excessivo provocou o efeito alavanca, ficou muito alto e agora, para a brincadeira fluir, é preciso que a outra ponta suba — método da gangorra. Isso se deve ao fato natural da busca por equilíbrio. Quando estamos em uma gangorra, é divertido subir, mas ficar preso no alto porque a outra pessoa não sobe começa a ficar perigoso, e quase imploramos para a pessoa subir e nos dar a chance de voltar ao estado de equilíbrio, que é não ter medo!
Embora muitos afirmem que não são consumistas, a verdade é que a maioria está longe de não ser. Mas há uma revolução da nova geração, que, por carregar uma ansiedade climática, está provocando a disseminação do “underconsumption core” nas mesmas redes que disseminam o consumismo.
O aprendizado com o "menos é mais"
Essa narrativa tem promovido o poder do minimalismo e da autenticidade. Desse ponto, façamos a ligação com a Educação Financeira. Quando adotei o estilo minimalista, o conceito nem era moda, partiu da minha profunda relação com o meio ambiente. Desde nova, praticava a compostagem no jardim da nossa casa. Com o tempo, aprendi sozinha que algumas coisas demoravam mais que outras para compostar. Não existia buscador, a internet era discada e muito cara. Então, aprendi muito sobre meio ambiente fazendo, acertando e errando. Mais acertei do que errei, porque a natureza é tão incrível que quase tudo é compostável.
Ao praticar esse método nas plantas domésticas, começamos a economizar na compra de adubos e terra. De repente, a Carol havia virado uma “fazedora de terra” com a ajuda de milhões de pequenos seres vivos. Gerávamos menos lixo orgânico e, naturalmente, evitávamos plásticos e isopor. Quando se cria um forte laço com o meio ambiente, o desejo de consumir menos é natural. Então, comecei meu guarda-roupa minimalista foi difícil definir a quantidade de cabides, porque trabalhava em um banco e o perfil da agência exigia excelente vestimenta. Qual foi a alternativa? Escolher tecidos nobres que duravam mais e cores neutras que combinavam com diversas outras peças.
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Priorizar a qualidade em vez da quantidade é sensacional e altamente útil para o meio ambiente e para o bolso. Fora a paz e o conforto na alma. Em uma análise prática e objetiva, cada geração tem suas qualidades e defeitos, nenhuma entenderá perfeitamente a outra. Falar mal das gerações passadas e subjugar as gerações recentes e futuras não resolve nada.
Consumo sustentável
Precisamos aprender com essa geração ansiosa que é preciso recalcular a rota e aprender com as antigas o poder da resiliência. Diminuir a quantidade de informações que bombardeiam o cérebro e aumentar a qualidade das fontes. Há uma grande diferença entre comunicação e notícia. A informação está abundante no mundo, mais do que nunca. E, talvez, será mais no futuro. Mas precisa ser processada. Absorvida, entendida e devolvida ao mundo em forma de atitude.
O consumo é a força motriz da economia, mas o consumismo é uma doença. E como tal, precisa ser tratada. Não podemos condenar o comércio, a economia, o capitalismo; precisamos, sim, de forma individual e autônoma, sermos juízes de nossas próprias atitudes. Posso consumir menos? Preciso mesmo desse item? Posso investir mais? Fazer a economia girar de forma segura, sustentável e sem excessos é vital para a que respeitemos o tempo da terra de compostar e reinserir o fruto dessa atitude dentro da própria natureza.
Pensem grande, em termos de humanidade. Quem tem reserva de emergência e administra seus impulsos consumistas perpetua o ciclo do cuidado com suas finanças e com o meio ambiente.
Uma excelente sexta-feira e um ótimo fim de semana.
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