Hoje quero conversar com vocês sobre uma palavra que só começou a ser familiar aos meus ouvidos na Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes). É uma palavra que reflete muitas coisas desde nossa infância e que espero que faça parte das primeiras matérias de Educação Financeira nas escolas de base, a partir dos próximos anos: eficácia.
A pessoa eficiente faz o correto, a pessoa eficaz faz o correto no tempo certo, no espaço adequado e com excelente finalização. No exercício da eficácia, temos atitudes reais, práticas e de forma resolutiva. Atacamos o problema. Eliminamos o que incomoda. Criamos com cadência.
O exemplo que mais gosto é de campeonatos de futebol. Ouvi essa diferenciação na Ufes, na disciplina Administração de Materiais. Achava que seriam as piores aulas da minha cansativa jornada universitária, porque sempre gostei mais das matérias abstratas e nunca gostei de lidar com materiais, compras e vendas, administração de estoques, método UEPS, método PEPS, FiFo, LiFo...
Para meu encantamento, o professor conseguiu fazer com que eu amasse as aulas, mesmo cansada depois de trabalhar um turno de 12h, principalmente das 18h às 6h. (Nossa, estudar muitas vezes exige raça! Tomava um café forte depois de muito trabalho e de dirigir meu primeiro carrinho pela antiga Reta do Aeroporto, em Vitória.) O professor prendeu minha atenção desde a primeira aula, quando resumiu a importância dos materiais no sucesso profissional com a comparação de campeonatos de futebol.
Um jogador eficiente entra em campo e faz tudo correto; o jogador eficaz faz tudo correto e faz gol ou contribui para fazer não só um gol, mas a quantidade de gols mínima que garante pontos para ganhar não só a partida, mas o campeonato.
Muitas vezes, a eficácia advém de ajudar e aceitar ajuda. Observar um ciclo improdutivo e dar um empurrão para a quebra da inércia pode ser o que falta para você passar a ser eficaz. Façamos o correto, do modo certo e com resultado. Para isso, precisamos entender o "comando", ler a questão e interpretar a "pegadinha".
Quando se trata de dinheiro, a lógica é a mesma. Gastar menos do que ganha é ser eficiente, mas dividir o peso do futuro sobre a quantidade e o tamanho adequado das sapatas e dos pilares é ser eficaz. Antecipar qual será o tamanho da construção é vital para a sua fundação; assim, saber o tamanho dos seus sonhos e dos seus projetos é fundamental para prever o que precisamos investir no presente. Além disso, a proporcionalidade do que se deseja para esse futuro faz com que você conheça seu perfil de investidor e module sua euforia e sua capacidade de resistir à montanha-russa que assumir ou não o risco exige.
Você sabe o que tem que fazer ou o que tem que contribuir para o seu time fazer gol? Você sabe quantos gols são necessários para gerar pontos que te garantem o campeonato?
Aproveite que ainda não chegamos no meio do ano, traga o futuro para o presente através de papel e de lápis (de Excel, de Word, de Notes...) e reequilibre suas finanças. Um pouco de ousadia na sua carteira de investimento talvez será aquele drible necessário para a jogada perfeita.
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