Felipe Storch Damasceno é economista com mestrado e doutorado em Administração e Contabilidade. É professor de Economia e pesquisador dos impactos sociais e econômicos de políticas públicas. Também é consultor, palestrante e comentarista na CBN Vitória

Drex e Open Finance trazem inclusão financeira, mas também  desafios

Grupos historicamente marginalizados, que  tinham dificuldades de acesso a bancos tradicionais, poderão ter serviços mais voltados às suas necessidades

Publicado em 14/08/2024 às 08h38

surgimento do Drex, a moeda digital brasileira, e o Open Finance representam uma transformação significativa no mercado financeiro, trazendo oportunidades e desafios. Ambos têm o potencial de mudar a maneira como os consumidores interagem com os serviços disponíveis, promovendo eficiência, inclusão e inovação.

O Drex, como uma moeda digital emitida pelo Banco Central do Brasil, tem como objetivo facilitar transações e aumentar a eficiência no sistema de pagamentos brasileiro. Uma das principais vantagens é a sua capacidade de reduzir custos nas transações, eliminando intermediários e possibilitando pagamentos quase instantâneos. Isso não apenas beneficia os consumidores, que podem economizar em taxas, mas também oferece uma oportunidade para as empresas melhorarem seus fluxos de caixa.

Por outro lado, o Open Finance complementa essa inovação ao permitir que instituições financeiras compartilhem dados de clientes com autorização, promovendo maior competição no mercado, o que pode resultar em ofertas personalizadas e melhores condições nos serviços. Dessa forma, o Open Finance incentiva a criação de novos produtos que atendam melhor as necessidades dos usuários.

Open Finance pode trazer mais controle e personalização para as suas finanças
O Open Finance  pode trazer mais personalização e melhores condições de serviços. Crédito: Shutterstock

A combinação de Drex e Open Finance pode criar um ecossistema financeiro mais dinâmico. Com a praticidade da moeda digital e o acesso facilitado a serviços financeiros, é provável que vejamos um aumento na inclusão financeira. Grupos historicamente marginalizados, que antes tinham dificuldades de acesso a bancos tradicionais, poderão utilizar serviços mais acessíveis e adaptados às suas necessidades.

Entretanto, surgem também incertezas que precisam ser abordadas. Uma das principais preocupações refere-se à segurança dos dados. A partilha de informações financeiras entre diferentes instituições pode expor os consumidores a riscos de fraudes e vazamentos de informações pessoais. É fundamental que existam regulamentações robustas que garantam a proteção dos dados dos usuários e definam claramente as responsabilidades das instituições envolvidas.

Além disso, as instituições financeiras terão que se adaptar rapidamente a esse novo cenário. Aqueles que não conseguirem se transformar e oferecer serviços competitivos poderão deixar de existir. Isso pode gerar um ambiente de incerteza, onde empresas tradicionais enfrentam a ameaça de novos entrantes mais ágeis e inovadores, capazes de atender melhor às expectativas dos consumidores.

Por fim, o sucesso do Drex e do Open Finance depende também da regulação apropriada e do suporte do Banco Central. A implementação de um marco regulatório claro que equilibre inovação e proteção ao consumidor será fundamental para o crescimento sustentável dessas iniciativas.

Em suma, tanto o Drex quanto o Open Finance vão impactar o mercado financeiro de maneira profunda. Eles trazem a promessa de maior eficiência, inclusão e novos produtos, mas também demandam atenção a diversos desafios, especialmente no que diz respeito à segurança e à adaptação do consumidor. O futuro do sistema financeiro brasileiro parece promissor, mas o equilíbrio entre inovação e proteção será a chave para seu sucesso.

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