Julho e agosto foram meses em que o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) registrou deflação, ou seja, queda nos preços em geral. Neste caso, os cortes de impostos em combustíveis, energia e telecomunicações são os vetores principais da queda.
É esperado que o mesmo ocorra para este mês de setembro. O fato é que a deflação tem afastado alguns investidores de títulos de renda fixa IPCA+, ou seja, títulos atrelados à inflação. O que se pergunta é: este é o caminho correto a se tomar?
De início, dado o patamar ainda elevado de rentabilidade desses ativos, o momento é de cautela, já que a inflação continua registrando variação positiva. Apesar dos choques de oferta terem impactado especialmente alimentos e industriais, os preços de serviços continuam em alta.
Desde o controle da inflação no Brasil, temos nos acostumado com as correções mensais positivas do IPCA – principal índice de inflação do país. Em outras palavras, quando as variações são positivas, os títulos de renda fixa indexados à inflação tendem a seguir o mesmo rumo. É o caso dos títulos chamados de IPCA+.
Por outro lado, quando ocorre a deflação (variação negativa) como vimos no mês de julho, agosto e veremos no mês de setembro, o rendimento final do título atrelado ao IPCA é reduzido. Adiciona-se a isso, o fato de que a marcação a mercado dos títulos de renda fixa tende a apresentar variações quando há deflação, gerando alterações na visão de mercado para os juros.
Com a deflação dos últimos meses e o reflexo dela sobre os títulos em questão, investidores têm buscado se desfazer de suas aplicações indexadas à inflação ou preferido apenas prefixados ao realizar aplicações.
No entanto, a deflação atual tem natureza de curto prazo e, ao que tudo indica, deve se dissipar no próximo mês. Sendo assim, e considerando-se os níveis atuais de taxas de juro real, os títulos IPCA+ continuam sendo boas opções de alocação, principalmente para prazos médios e longos.
Dica: basear suas decisões de investimentos em cenário recente, boas oportunidades de taxas podem ser desperdiçadas. O ideal é visar o longo prazo e evitar realizar movimentações nas carteiras a todo momento.
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