Um breve resumo do mercado na semana passada (13 a 17/6) revela um pouco do que enfrentaremos nos próximos dias. Alguns pontos importantes trouxeram uma forte queda nos mercados globais após a alta de juros por vários bancos centrais, principalmente pelo Federal Reserve (FED) nos Estados Unidos.
O FED subiu os juros em 0,75 pontos percentuais (p.p.), a maior alta desde 1994, elevando a taxa básica de juros americano para o intervalo entre 1,50-1,75%. No Brasil, o Comitê de Política Monetária (Copom) também anunciou a elevação da taxa Selic em 0,5 p.p. para 13,75%.
Com isso, o Ibovespa encerrou a semana com uma queda de -5,4% abaixo dos 100 mil pontos, pressionado também pelo aumento de preços de combustíveis anunciados pela Petrobras e a forte pressão da classe política contra esse aumento.
Na sexta-feira (17), ao retomar as atividades após o feriado, o mercado digeriu a piora das expectativas. No comunicado, divulgado após a reunião do Copom, afirmou que a situação “demanda cautela adicional” e prevê outro aumento dos juros, “de igual ou menor magnitude”.
Isso indica que a Selic deverá chegar a 13,5% ao ano na reunião agendada para o início de agosto. E, mais importante do que isso, é o fato de o Copom considerar que “diante de suas projeções e do risco de desancoragem das expectativas para prazos mais longos, é apropriado que o ciclo de aperto monetário continue avançando significativamente em território ainda mais contracionista.”
Em outras palavras, a probabilidade de haver mais um aumento na Selic é alta. Na realidade econômica, a recuperação pós-pandemia não está acontecendo como o previsto. Este período tem servido mais como uma reacomodação das cadeias produtivas.
Em vez da volta à normalidade, a escassez de insumos, agravada pela guerra na Ucrânia e pela elevação das tensões geopolíticas têm criado a elevação nos preços das commodities, pressionando a inflação no Brasil. Assim, os bancos centrais precisam seguir elevando os juros. Veremos em agosto o resultado disso.
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