Administrador de Empresas (UERJ), pós-graduado em Engenharia Econômica (UERJ), certificado CFP® e Ancord. 21 anos de carreira no mercado financeiro, com passagens pelo atendimento Private, Alta Renda, Gestora de Recursos, Tesouraria e Educadoria Corporativa. Desde 2018, sócio da Pedra Azul Investimentos, escritório de assessoria de investimentos sediado em Vitória-ES.

Entenda os efeitos dos investimentos a longo prazo

O tempo é o melhor amigo do investidor, e as razões por trás dessa afirmação conciliam perfeitamente a emoção com a razão

Publicado em 19/08/2022 às 09h52
Atualizado em 19/08/2022 às 10h24

O máximo retorno, com o menor risco, e com liquidez máxima. Esse é o desejo de qualquer investidor. No entanto, os dias de taxa Selic alta e generosa, alimentando o rentismo com baixo risco em ativos de curto prazo, estão com os dias contados no Brasil. A tendência é que o nosso país comece a deixar para trás algumas de suas velhas premissas e passe a ter uma taxa básica que reflita uma remuneração de curtíssimo prazo, e apenas isso.

Sendo assim, o investidor que quiser melhores retornos precisará abrir mão de algo, seja aceitando maior volatilidade ou estendendo sua visão de investimentos para o longo prazo, ou tudo isso junto.

E como o brasileiro está muito mal acostumado aos juros altos com títulos do Governo de curto prazo, o período em que a taxa Selic ficou muito baixa ensinou que existem outras alternativas, mesmo que sejam mais voláteis e consequentemente tenham mais risco. No entanto, as oscilações mais agudas em investimentos mais arriscados ainda causam arrepios na maioria dos investidores brasileiros.

De fato, a volatilidade de curto prazo não é para todos. Muitos não se sentem confortáveis em experimentar alterações bruscas de valor nos seus investimentos, e tudo bem que seja assim, porque cada um tem seu perfil de investidor.

O que é interessante notar é que, no longo prazo, a volatilidade se torna muito menos importante. Se um investidor compra uma carteira de ações e carrega por muitos anos (ou até décadas), importa menos se no meio do caminho existiram crises, pandemias, guerras, ou turbulências políticas. O que define o resultado no longo prazo é uma construção, lenta e gradual, mas não sem percalços, que terá muito mais a ver com aquilo que foi desenhado pela longa trajetória do que com os acidentes de percurso.

Close-up de mãos segurando ampulheta
Close-up de mãos segurando ampulheta. Crédito: Freepik

As crises, por exemplo, atrasam o desenvolvimento econômico, e de fato os seus efeitos são duradouros. Mas nem por isso costumam justificar o movimento emocional e por vezes exagerado que o mercado faz no curto prazo.

No fim das contas, os preços e os retornos tendem a se alinhar com o desempenho dos ativos e daquilo que eles representam. As ações e suas cotações vão acompanhar, no longo prazo, a evolução do lucro das empresas.

Os títulos de Renda Fixa de longo prazo vão buscar uma taxa média histórica para títulos dessa natureza. Os fundos imobiliários, se bem geridos, vão apresentar rendimentos que vão refletir uma média do mercado de aluguéis ao longo dos anos. O retorno de investimentos de longo prazo, desde que bem executados, tende a acompanhar de perto o crescimento econômico do país.

Em outras palavras, não importa quanto o mercado balance, ou quantos sustos ele dê no investidor, o final da história é que os fundamentos prevalecem, independentemente do tempo que isso possa levar.

No curto prazo, o mercado é cruel, apaixonado, vingativo, audaz e emotivo. E traz a muitos investidores uma sensação de descrença, uma comparação (injusta) com jogos de azar ou loteria.

Já no longo prazo, o resultado aparece de forma serena, perene, definitiva e racional. O investidor que adquire consistência e age com perseverança, acaba colhendo frutos. E nessa queda de braço entre o imediatismo e a paciência, o melhor amigo do investidor é o tempo.

Correção

19 de agosto de 2022 às 10:22

O título anterior "Longo ou curto prazo: o que é melhor agora para o investidor?" foi alterado para o atual "Entenda os efeitos dos investimentos a longo prazo" para se adequar melhor ao conteúdo do artigo e ao entendimento do autor.

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